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Tatuagem facial, uma polémica tradição da etnia chinesa Dulong, a ponto de desaparecer
2008-01-15 13:21:31    cri

Lape Nannie, uma mulher de 98 anos, tem a preocupação de que com sua morte desapareça uma imagem misteriosa: a mariposa azul tatuada em sua cara que a tem acompanhado desde sua infância.

Ela é uma das últimas 38 mulheres com tatuagem facial do grupo étnico Dulong, conhecido como "a tribo da tatuagem facial".

Segundo os especialistas, a população do grupo, concentrado principalmente no vale do rio Dulong, situado na província chinesa de Yunnan, sudoeste do país, era de menos de 6.000 habitantes em 2006, e segue diminuindo rapidamente.

"Na realidade espero que a gente recorde as mariposas tatuadas em nossas caras depois de nossa morte", disse Lape Nannie, que vive em seu distrito natal de Gongshan.

Ao observar detalhadamente sua tatuagem se pode notar que em suas faces foram desenhadas as asas de uma mariposa, em seu nariz o seu corpo, e na sua frente, as antenas.

Lape Nannie, quem mede só 1,5 metro de altura e pesa 35 quilos, tem seis filhos, dos quais a caçula já tem 48 anos.

Os trabalhos de campo árduos, a que se dedicou durante a maior parte da vida, lhe deixaram como herança constantes dores nas costas e estômago. Sim embargo, os sentidos da vista e o ouvido estão em um nível destacável se se tem em conta sua idade.

Ela não pode já recordar quando e por quê se fez a tatuagem. Mas o que assegura que nunca poderá esquecer é a sensação ao momento de fazer o gravado. "Esse dia éramos três meninas do mesmo povoado. E parecia que nós íamos morrer de dor", disse.

Peng Yiliang, especialista em culturas étnicas, disse que as mulheres Dulong costumavam fazer-se a tatuagem facial aos 12 ou 13 anos, em parte para mostrar que já haviam chegado à puberdade, e em parte como um "documento de identidade", porque os desenhos tatuados variavam segundo os diferentes grupos aos que pertencia cada adolescente.

Ainda continua sendo uma polémica se a tatuagem era considerada como uma beleza na época antiga. "Alguns dizem que era como um adorno que embelecia ainda mas as mulheres, enquanto que outros dizem que o verdadeiro objetivo era fazê-las menos atrativas para evitar que foram seqüestradas", explicou Peng.

Segundo o especialista, geralmente se empregava a mariposa como a imagem da tatuagem devido a que, de acordo com a crença da etnia Dulong, as almas dos mortos se transformem neste insecto. "A tatuagem se fazia com agulhas de bambú e tintas fabricadas a base de cinzas", contou.

"A elaboração duma tatuagem facial durava entre sete e oito horas, e as mulheres às que se lhes aplicava deviam passar pelo menos cinco dias sem lavar a cara para que a imagem se mantenha intacta", disse Peng.

A partir do ano passado, o especialista começou a conservar os dados de 61 mulheres com este tipo de tatuagens, com a esperança de preservar um dos rasgos mais característicos dessa única cultura, enquanto a maioria delas tem morto e a maior tem já mais de 100 anos.

Peng sustente que a tatuagem facial, abolido em 1967, é como um "fóssil vivo" que serve para estudar a origem do grupo étnico e sua cultura, e que pelo tanto vale a pena preservar suas imagens "através do uso das tecnologias modernas".

Dulong é um dos grupos étnicos com menor população nas 56 etnias chinesas.

O último censo levado a cabo em 2000, mostrou que por então o grupo étnico Dulong tem cerca de 7.200 habitantes, dos quais mais de 5.800 vivem em Yunnan.

O maior habitat do grupo se encontra no vale do rio Dulong, flanqueado por duas montanhas de 4.000 metros de altura sobre o nível de mar. Sua comunicação com o mundo exterior costuma ser cortada pela neve durante seis meses ao ano.

Até os anos 50, os habitantes praticavam formas primitivas de produção agrícola, e rezavam a deuses e fantasmas em caso de sofrer enfermidades ou desastres naturais, e também em ocasiões importantes.

Nos últimos 20 anos, com a chegada dos turistas ao lugar, onde se encontra uma grande variedade de espécies de pássaros e plantas, os habitantes locais têm começado a adaptar-se à vida moderna.

Yang Ping, uma jovem nativa do grupo Dulong, recebeu a pergunta sobre a tatuagem facial com uma gargalhada. "Que sentido tem arruinar tua cara assim? Não só é doloroso sino feio. Além disso, duvido que ainda há algum que sabem elaborar as tatuagens", disse Yang.

A jovem, de 22 anos, contou que abandonou seu distrito natal e foi trabalhar a Kunming pouco depois de terminar a escola secundária, aos 15 anos.

 
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