Localizado no curso médio do rio Yangtsé e à margem do Lago Poyang, o maior lago doce da China, a Montanha Lushan conquistou turistas de todo o mundo com seus precipícios, cataratas e mar de nuvens, consideradas as três paisagens singulares da região. A primavera é a estação ideal para apreciar o mar de nuvens, paisagens maravilhosas formadas graças à evaporação das águas da região e ao alto índice pluviométrico.

A montanha, em média, tem 191 dias nublados ou com neblina. Algumas vezes, é só estender a mão para tocar as nuvens. Noutras vezes, as nuvens parecem mares e os picos surgem ilhados no meio delas. As nuvens levantadas das montanhas confluem num infinito oceano em mudanças constantes.

Li Wenliang, naturalista da montanha, falou à reportagem:

"Os meses de março e abril são melhores estações para contemplar o mar de nuvens. Recomendo escolher hotéis no cume da montanha. As neblinas em constante ascensão vão fazer-lhes esquecer onde está e o ar úmido é muito confortável".

Graças ao clima chuvoso e ameno, o chá produzido nesta região também foi batizado como chá de nuvens. Com excelente qualidade, ele é muito procurado pelo mercado interno e externo. O princípio de abril é a melhor época para colher folha de chá. Por isso, se optar por visitar Lushan nesta temporada, pode comprar o chá como lembrança.

Além de apreciar o mar de nuvens, vale a pena visitar o Jardim Botânico, criado em 1934, o primeiro da China. Segundo estatísticas, o Jardim reúne de 3.400 espécies de plantas chinesas e estrangeiras e mantêm intercâmbios com 60 países. De acordo com Xu Xiangmei, funcionário do Jardim, a montanha torna-se o mundo de cipreste e azáleas durante a primavera.

"O Jardim é marcado pela flora da família de ciprestes e azaléias. Importamos em grande escala estas espécies durante os primeiros anos do Jardim".

Mansões de estilo ocidental também são rodeadas por plantas exuberantes. A primeira residência de veraneio foi estabelecida pelo missionário britânico em Lushan. Estima-se que há mais de mil casas em diversos estilos arquitetônicos de 18 países, inclusive do Brasil.

Tang Dongdong, turista de Beijing, a visitou duas vezes. Para ela, a combinação entre as casas requintadas e a natureza é perfeita.

"As arquiteturas de Lushan são muito representativas. Além de ter uma experiência exótica e agradável, posso conhecer episódios históricos através destas antigas arquiteturas".

Existem outros patrimônios históricos como as ruínas do Templo Dalin. O famoso poeta da dinastia Tang, Bai Juyi, escreveu um poema após sua estadia por aqui: "Em junho, na cidade, murcham as flores. Aqui, na montanha, dias gloriosos. O Templo escondido flamejante de flores de pessegueiros, inexistentes na cidade após a primavera. Quem poderia imaginar tal deslumbramento no alto da montanha, sob um céu diferente". O Templo Donglin, construído há 1,700 anos, é o mais antigo na Montanha. No vale do Pico Wulaofeng, encontra-se a Academia da Caverna do Veado Branco, uma das mais antigas e famosas instituições de ensino da Antigüidade chinesa. Foi Zhu Xi, um dos maiores eruditos do confucionismo na dinastia Song (960 - 1279), quem contribuiu muito para a fundação da Academia que se trata da uma das quatro academias mais antigas da China.

A montanha Lushan foi incluída pela UNESCO em dezembro de 1996 na lista de Patrimônios Culturais Mundiais e tombada pela mesma entidade em 2004 como o Parque Geológico Nacional.

Notas turísticas

Beijing e Shanghai têm vôos diretos à montanha Lushan. A viagem de avião, partindo de Beijing para a montanha, leva duas horas. A cidade de Jiujiang (nove rios) fica ao sopé da montanha Lushan. Há uma auto-estrada entre a cidade de Jiujiang até o topo de Lushan. Mais de 50 hotéis são distribuídos lá além de centenas de pousadas. Se visitar no verão, é preciso levar um casaco enquanto no outono, sobretudo é indispensável. O ingresso custa 135 yuans.