Xibaoligao é pastor do Qi de Naiman, da prefeitura de Tongliao, situada na maior área arenosa da China, na Mongólia Interior. Logrou criar um círculo da economia ecológica familiar obtendo bons rendimentos econômicos, paralelamente à proteção do meio ambiente.
No quintal da família de Xibaoligao, vêem-se expostos ao sol os grãos de milho. Num de seus cantos, há uma moto estacionada. No curral ao lado da casa, ouvem-se os balidos de carneiros e os mugidos dos bois. Em volta da casa, os álamos são altos, bem como os matos de sálix e o campos cultivados. Mas, a cena era outra antigamente.
Xibaoligao disse: "Aqui havia apenas dunas de areias brancas. Ao soprar do vento, a areia entupia a porta. Naquele tempo, a situação era muito ruim. Plantávamos mudas de árvores, mas o vento as levava ou o deserto as tragava".
Em 1987, Xibaoligao, com 15 anos, graduou-se da escola secundária. Ele retornou à casa e decidiu dedicar-se ao reflorestamento. Apesar dos conselhos dos pais, entrou no "oceano de areias" iniciando sua árdua luta contra o avanço do deserto. A determinação do filho emocionou os pais, que começaram a participar do empreendimento.
Para Xibaoligao, sua luta dependia do suporte oferecido pela ciência. Pediu ajuda aos técnicos, contou com a colaboração do governo local e iniciou a criação do círculo da economia ecológica familiar.
O círculo da economia ecológica familiar representa um modelo de ordenamento das terras arenosas e produção agropecuária de base em uma ou várias famílias. Divide-se em zonas centrais e zonas de proteção. Cada círculo ecológico tem uma área de cerca de sete hectares. A zona central, com mais de 2 hectares, abrange terras cultivadas, pastagem e bosques e proporciona cereais, combustível, forragens e adubos. Ao redor da zona central, está a zona de proteção, cuja superfície é uma ou quatro vezes maior do que a zona central e é coberta de arbustos e ervas, com o fim de fixar as dunas de areia movediça. Mais além da zona de proteção, são as faixas de defesa florestal de arbustos e árvores.
Xibaoligao afirmou: "Todas as famílias têm seu círculo ecológico de diferentes dimensões e a renda se baseia na pecuária, silvicultura e produção agrícola. Quanto à pecuária, temos bois e carneiros. E cultivamos principalmente o milho, que gera uma produção de 800 quilos por mu de terra (15 mu equivalem a 1 hectare), enquanto os caules são utilizados como alimentos para o gado".
Com a ampliação do empreendimento contra o avanço da desertificação, Xibaoligao ficou insatisfeito com o modelo tradicional da produção agropecuária. Os bosques de sálix desempenham importante papel para deter os movimentos de dunas de areia, mas o arbusto tem a morte natural entre cinco e seis anos. Xibaoligao organizou seus conterrâneos para fazer cestas com vimes de sálix e exportá-las para o Japão e a Coréia do Sul. Com o negócio, a renda da população local aumentou cerca de um milhão de yuans ao ano, além de proteger o meio ambiente.
Atualmente, o círculo ecológico de Xibaoligao ocupa 87 hectares, com uma taxa de cobertura vegetal que chega a 90%. O diretor da Administração da Silvicultura do Qi de Naiman, Zhang Chunmin, afirmou: "o modelo da criação dos círculos ecológicos foi reconhecido pelo governo chinês e pela FAO. Ele é considerado como uma forma viável tanto para o desempobrecimento dos pastores e agricultores quanto para o controle do avanço do deserto e a proteção do meio ambiente."
Hoje em dia, a construção dos círculos de economia ecológica tem se tornado uma importante forma de enriquecimento para a população local. A exemplo de Xibaoligao, os conterr âneos dele criaram mais de 460 círculos de economia familiar e as terras arenosas tornaram-se oásis verdes.
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