Literatos e artistas durante a história consideraram Penglai, na província oriental de Shandong, o paraíso da Terra, talvez por ter sido um lugar frequentemente visitado por imperadores das dinastias Qin (221- 206 a.C) e Han (206 a.C- 220) ou pela lenda dos oito imortais que atravessam o mar.

De acordo com a lenda, que data dos tempos antigos, no mar Bohai havia 3 ilhas sagradas, com palácios de ouro e prata e exuberantes árvores que davam saborosos frutos da imortalidade.

O Imperador Qinshihuang, depois de conseguir unificar o país, viajou ao lugar em busca da fruta da imortalidade. Posteriormente, o Imperador Wudi da dinastia Han também visitou, no ano 133 a.C, ainda que não conseguiu encontrar a fruta, batizou o local como Penglai.

Ao norte da cidade de Penglai se levanta a colina Danya, relevo que se destaca pelos blocos e pedras vermelhas. Acima dela, encontra-se o pavilhão de Penglai, construído em 1061.

No ano de 1590, o governo provincial Li Dai ampliou o diâmetro da construção até 32 mil metros quadrados.

Na seção do leste do pavilhão de Penglai localiza-se o Palácio da Elevada Serenidade, o Pavilhão de Lü Dongbin, o Edifício da Luminosidade e o Quiosque de Observação do Mar; enquanto que no oeste se localizam o Quiosque do Amparo do Vento, o Pavilhão da Imperatriz Celestial, um teatro e o Palácio do Rei Dragão.

A grandeza do Pavilhão de Penglai, construção de dois andares, está no fato em que não foram utilizados pregados na ensambladura das vigas e das colunas. O palácio entesoura estelas de diferentes épocas, assim como as inscrições de poemas escritos por famosas personalidades.

Na parte superior há um corredor aberto protegido por balaústres. Ao olhar para o mar vê-se a branca espuma que bate na orla e os barcos que se deslocam suavemente, distantes.

Imerso em uma atmosfera tão singular, o visitante sente como se estivesse no paraíso, afastado da realidade.

No segundo piso estão as estátuas dos oito imortais. Os diferentes gestos e posturas captadas em suas esculturas demonstram a grande destreza conseguida nesta arte popular.

Muitos turistas preferem o Quiosque do Amparo do Vento, onde ocorrem coisas insólitas que atraem sua atenção.

Acende-se uma vela na habitação e abrem bem a porta e as janelas para que o vento forte circule, incrivelmente a vela não se apaga. Se forem lançados pedaços pequenos de papel no interior do recinto caem no piso tranquilamente e se lançam para fora, o vento os arrasta sem piedade.

Das mais famosas paisagens de Penglai, um lugar relevante ocupa a miragem, fenômeno natural que tem lugar como resultado da refração da luz no ar.

Entre a primavera e o outono, a temperatura da superfície do mar é muito mais baixa que do mar, condição climática que causa distorções no reflexo da luz nas ilhas do norte de Penglai, de forma que podemos contemplar a transformada silhueta das ilhas e de outros paragens e objetos distantes refletidos pela luz.

Na verdade, Penglai era um destino fascinante para os reais antes da dinastia Qin. Na antiguidade, as pessoas não podiam decifrar a causa da miragem e a relacionava com algum poder sobrenatural. Entretanto, os alquimistas estimulavam os imperadores a buscar em Penglai as ilhas sagradas e o fruto da imortalidade.

Os turistas que visitam Penglai lamentam não poder contemplar a miragem, fenômeno cuja observação se torna difícil ainda quando vão na estação perfeita.

Há alguns anos, uma equipe de televisão permaneceu durante um ano inteiro em Penglai com o objetivo de gravar a miragem, mas não conseguiu.

No entanto, o mais curioso é que um grupo cinematográfico, que há pouco tempo estava rodando uma telenovela no Pavilhão de Penglai, teve a sorte de gravar este mistério natural.

Nos dias 24 e 25 de outubro de 2002, às 10h e 13h, divisou-se a miragem no norte do Pavilhão, que motivou a admiração de muitos turistas chineses e estrangeiros presentes no lugar.

De repente, parecia que as ilhas haviam se transformado em tartarugas flutuantes, enquanto o resto das pequenas ilhas adotarão diferentes formas. As miragens duraram 70 e 150 minutos, respectivamente.