A montanha do sol e da lua se encontra a 90 quilômetros da cidade de Xining. Uma lenda, ocorrida há mais de 1.300 anos, conta que a princesa Wenchen ia se casar com o rei tibetano Songtsan Gambu. Seu pai, o imperador Taizong, da dinastia Tang lhe mandou um espelho de ouro. No espelho precioso, ela podia ver sua terra natal e as pessoas que gostava. Quando ela chegou à colina de Shiling, pensou em sua terra natal. Ela olhou no espelho para ver sua terra natal, mas não pôde ver o que esperava. De tanta raiva que sentiu, ela jogou o espelho na colina, e os fragmentos se converteram em duas pedras, uma semelhante ao sol, outra à lua.
Desde então, as pessoas denominam-na como a montanha do sol e da lua. Depois de atravessar a montanha do sol e da lua, a princesa chegou a um rio, e quanto ficou muito triste ao pensar na sua terra natal, começou a chorar desconsoladamente e suas lágrimas se dirigiam ao rio e este, de repente, começou a correr na direção contraria. Todos os rios partem do leste, apenas este parte do oeste, por isso, este é conhecido como o rio que corre ao contrário.
O lago de Qinghai, a maior massa d'água salgada da China, é situado na no planalto Qinghai-Tibet, a 3,2 mil metros acima do nível do mar. Qinghai, cujo significado é mar azul-esverdeado, tem uma superfície de 4.538 quilômetros quadrados e profundidade media de 25 metros, onde mais de 50 rios vertem suas águas. O lago se encontra rodeado por uma cadeia de montanhas de majestosos picos nevados. Como o lago contém diversos elementos químicos, não é potável, mas nele é abundante um tipo de peixe sem escama de carne macia e saborosa.
O lago de Qinghai, com características típicas de um lago de planalto, é extenso, imponente e possui uma superfície fulgurante. Quando faz bom tempo, em suas águas verdes se refletem, alem das nuvens brancas que parecem flutuar, as montanhas nevadas, oferecendo um panorama extraordinário e, quando há muito vento, habitualmente este lago se mostra agitado e violento, o que produz um surpreendente fenômeno.
A ilha das aves, situada no noroeste do lago de Qinghai, tem a forma de um girino. Mede mais de 500 metros de longitude e 150 metros de largura. É uma zona que está abaixo da proteção do estado. Nela habitam umas 100 mil aves migratórias de mais de uma dezena de espécies, entre elas os gansos de cabeça listrada (Anser indicus), gaivotas de cabeça negra (Larus ichthyaestus), gaivotas de cabeça parda (Larus brunmicephalus), entre outras.
Entre estas aves migratórias, podemos reconhecer o gansos de cabeça listrada pelas franjas que atravessam a parte branca de seu corpo. Estas aves com textura roliça tem as penas cinzas e são lentas ao caminhar, porque são grandes e possuem patas curtas, nutrindo-se basicamente de vegetais. As gaivotas de cabeça negra têm pescoço e barriga branca, pesando aproximadamente 1,5 kg e se alimentando principalmente de peixes. Os cormorões têm penas completamente negras e o pescoço muito comprido, possui também uma cavidade elástica onde pode caber um peixe inteiro. São muito habilidosos na captura de peixes, sendo que os habitantes do sul da China conhecem a espécie como "águias caçadoras de peixe".
Todos os anos entre março e abril, estas aves chegam em bandos ao lago Qinghai, depois de terem voado milhares e milhares de quilômetros.
Na ilha das aves, elas constroem seus ninhos, chocam seus ovos e criam seus filhotes. Como no final de setembro o tempo começa a esfriar, estas aves retornam ao seu lugar de procedência, levando com elas seus filhotes.
O templo da princesa Wenchen, que se encontra no distrito de Yushu, na província de Qinghai, é de típico estilo tibetano. No local há uma estátua sentada de 8 metros de altura da famosa princesa dos Han. Segundo a lenda, na dinastia Ting, quando a princesa se dirigia a Tibet, ela ficou um tempo no local para ensinar os tibetanos a tecer e cultivar a terra, com isso ela ganhou o respeito de todo o povo tibetano. Em homenagem à princesa Wenchen, os tibetanos construíram este templo. Este feito nos mostra muito claramente a amizade existente entre os han e os tibetanos e a realização de intercambios políticos, econômicos e culturais. Os crentes lamaístas e os turistas visitam o lugar, alguns em peregrinação, outros para conhecer o belo templo.
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