O diálogo cómico tibetano é uma nova espécie de arte que se integram o diálogo cómico da etnia Han e a arte de representação tibetana. Sonam Tsering é o primeiro artista deste tipo.
Sonam Tsering, 62 anos, nasceu em Lhasa, capital da Região Autônoma do Tibet, começou sua carreira profissional como ator no Teatro do Tibet após a conclusão dos estudos secundários, mas pouco depois, descobriu que o seu interesse não estava na representação mas sim na criação de peças teatrais.
"No início, sentia grande dificuldade, porque a criação de uma peça teatral não foi tão fácil como imaginava. Mas comecei desde a composição de uma canção, a produção de uma pequena peça para o teatro. Quando a minha obra foi representada no palco, sentia sempre grande estímulo."
Com o fim de produzir obras de qualidade, Sonam Tsering recolhia canções folclóricas tibetanas e as peças clássicas tibetanas. Com alguns anos de esforço, criou um teatro de base num conto popular. Trata-se de uma tragédia de amor: dois jovens que se enamoravam escolheram a separação perante das opções e seduções bem variadas da sociedade moderna. No entanto, a peça recebeu os comentários negativos, o que fez com que Sonam Tsering ficasse decepcionado.
"Trata-se do meu primeiro teatro no sentido verdadeiro e dedicou-lhe todas minhas energias. Comecei a duvidar minha capacidade."
Entretanto, Sonam Tsering não desistiu. Depois de nove revisões, o teatro saiu ao palco, foi aplaudido pelo público e foi premiado na primeira seleção nacional de melhores criações artísticas das minorias étnicas.
O sucesso estimulou muito Sonam Tsering, e criou uma série de peças repletas de características tibetanas e o maior êxito foi o diálogo cómico Enriquecimento, que retrata a elevação do nível de vida dos tibetanos após a adoção da política de reforma e abertura ao exterior. Tubdain, colega de Sonam Tsering, disse:
"A peça de diálogo cómico foi representada inúmeras vezes, mas até hoje é um dos números favoritos do público".
Há mais de 20 anos, Sonam Tsering produziu mais de 50 peças de teatro e diálogo cómico, além de muitas canções tibetanas.
Desde o início dos anos 90 do século passado, os departamentos culturais interessados do Tibet começaram a coletar e catalogar as documentações folclóricas do Tibet, incluindo dança, música, instrumentos tradicionais, ópera tibetana e patrimônios orais. Sonam Tsering participou do trabalho deste segmento. Em 15 anos, ele percorreu todo o Tibet e coletou grande quantidade de materiais por entre a população. Após árduos trabalhos de registro, ordenamento e catalogação, Sonam Tsering estabeleceu um sistema completo sobre os patrimônios orais tibetanos.
O diretor do Instituto de Investigação das Artes Folclóricas do Tibet, Galsang Qoigyai, disse:
"A arte oral do Tibet possui uma história milenar, mas não existiam registros por escrito. Os livros compilados por Sonam Tsering são as primeiras documentações por escrito sobre este aspecto do Tibet. É uma grande contribuição de Sonam Tsering para a preservação das tradições culturais tibetanas".
Segundo Sonam Tsering, a epopeia Rei Gesar é a maior epopeia do mundo e é considerada uma enciclopédia da história, economia, política, costumes e artes do Tibet. Ele desejou que a epopeia seja tombada como patrimônio imaterial mundial.
"Agora, cada vez mais turistas vêem ao Tibet. Além dos patrimônios materiais culturais, eles podem conhecer os patrimônios intangíveis e a cultura tibetana. Espero que cada dia mais pessoas estejam interessadas e estudem sobre os patrimônios orais do Tibet".
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