Cada vez mais alunos nas zonas remotas assistem às aulas através da rede de educação à distância; os alunos das famílias indigentes no ensino secundário profissionalizante podem solicitar empréstimos de estudo; a partir deste ano, os alunos rurais são isentos das anualidades escolares... Todas as novidades que vem acontecendo nas escolas rurais têm apontando uma informação: a autoridade educacional chinesa intensifica seus trabalhos em busca da igualdade educacional.
Sun Qiaoyun é camponesa da Região Autônoma da Nacionalidade Hui de Ningxia. O filho dela está estudando numa escola secundária. Mas, a Sun disse a nossa reportagem que, devido às dificuldades económicas, pensara em interromper as aulas do filho.
"Era preciso pagar 120 yuans (cerca de US$15) por semestre à escola. Com grandes dificuldades familiares, queríamos que o filho deixasse a escola. Mas, com a isenção das propinas escolares adotada pelo governo, meu filho pode continuar seus estudos".
A nova política que tem beneficiado Sun e seu filho foi adotada pelo governo chinês desde o verão do ano passado: o governo decidiu isentar todas as anualidades e outras despesas escolares aos alunos que se encontram na etapa do ensino obrigatório nas zonas rurais do Oeste. A política beneficia mais de 50 milhões de alunos primários e secundários e este ano, se extenderá para os alunos rurais no ensino obrigatório em todo o país. A China adota o sistema de ensino obrigatório de noves anos e a nova política implica na isenção das anualidades e despesas escolares a todos os alunos primários e secundários nas zonas rurais.
Apesar disso, o acesso igual aos recursos educacionais a todos os alunos não é um assunto fácil, perante o desequilíbrio do desenvolvimento entre os meios urbanos e rurais. O Partido Comunista da China, partido no poder, formulou, há pouco, a meta de instituir uma sociedade harmoniosa sendo a garantia da igualdade de acesso à educação a todos os cidadãos é um dos importantes teores do programa. O governo chinês quer elevar o peso de seu investimento à educação para 4% do seu PIB. O ministro de Educação Zhou Ji disse que os acréscimos serão destinados para as escolas rurais.
"A China vai aumentar seu investimento educacional e a parte aumentada será utilizada para o meio rural. Entre o ano 2006 e 2010, o investimento para o ensino obrigatório no campo aumentará em 200 bilhões de yuans".
Além da isenção das anualidades e despesas escolares, o governo chinês adota uma outra política para melhorar o nível de educação no campo: estimula os graduados universitários a trabalhar nas escolas rurais do Oeste. Segundo estatísticas incompletas, cerca de 20 mil graduados universitários estão dando aulas em mais de 2 800 escolas do Oeste, o que aliviou a carência do pessoal docente e a qualidade de ensino na região. Ao mesmo tempo, o governo implentou um programa itinerante para a atualização dos professores rurais.
O governo chinês tem investido 8 bilhões de yuans em renminbi para a construção de uma rede de educação à distância e cerca de 80% das escolas rurais estão conexadas à rede. A Escola Primária de Nanqiao na província de Jiangxi, centro da China, é uma destas escolas. Segundo a professora Huang Yanqun disse, os seus alunos podem assistir regularmente às aulas dadas por professores de Beijing através da rede, o que era inimaginável para as crianças rurais.
"Antigamente, as condições de ensino em nossa escola eram precárias e muitos pais preferiram mandar seus filhos às escolas urbanas. Com a criação da rede de educação à distância, nossa escola tem as mesmas condições das escolas nas cidades e muitas crianças voltaram a estudar aqui".
Até os finais deste ano, de acordo com o plano, todas as escolas primárias rurais da China serão capacitadas para receber os programas via satélite, enquanto todas as escolas secundárias rurais devem ter pelo menos uma sala de informática
Quanto ao segundo ciclo do ensino secundário e à educação profissionalizante, que não pertencem ao ensino obrigatório gratuito, o governo chinês também adotou uma série de medidas a partir do ano passado, para apefeiçoar as ajudas aos alunos pobres como, por exemplo, emissão de bolsas de estudo, empréstimos de estudo, subsídios e isenção das anualidades escolares. Segundo estatísticas, as autoridades interessadas têm destinado sob a rúbrica de empréstimos de estudo, mais de 20 bilhões de yuans(cerca de US$2,5 bilhões), dando ajuda a 2,4 milhões de universitários procedentes das famílias indigentes. He Zan, estudante da Universidade do Povo em Beijing, disse:
"Vim de uma pequena aldeia montanhosa pobre na província de Hunan. Para minha família, que temos uma renda de apenas de centenas de yuans por mês, não é possível pagar as anualidades de 4 a 5 mil yuans por ano. Com o empréstimo de estudo adotado pelo governo, não me preocupo mais com o problema das despesas para concluir meus estudos".
No ano passado, o governo chinês publicou a Metodologia de Administração das Bolsas de Estudo para os Alunos na Educação Secundária Profissionalizante, estabelecendo pela primeira vez, um quadro básico sobre a ajuda aos alunos procedentes das famílias pobres nesta etapa de educação. Segundo um funcionário do Ministério da Educação da China, até 2010, as finanças centrais vão destinar os fundos específicos no valor de 4 bilhões de yuans para ajudar 4 milhões de alunos pobres neste segmento de educação.
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