O artesanato de objetos feitos com pele da bétula é uma das tradições da etnia Ewenqi, uma das 55 minorias étnicas da China. Com a mudança do modo de viver, no entanto, cada vez menos Ewenqis dominam a técnica. Na visita à aldeia étnica de Ewenqis Tuo Zha Mi, nossa reportagem descobriu que os aldeãos estão promovendo uma "campanha" para salvar a sua tradição artesanal.
A aldeia Tuo Zha Mi se situa numa pequena planície rodeada por montanhas. Pela manhã, nossa reportagem foi atraída por uma voz feminina que saiu de uma sala na aldeia. Aproximamo-nos da sala e viu uma dona idosa dando aulas a um grupo de mulheres como fazia um balde com pele de bétula e produziu um balde em menos de uma hora.
A idosa, 68 anos, chama-se Ajilun. Era artesã da aldeia. Após a aula, visitamos sua casa e vimos muitos objetos de artesanato feitos com pele de bétula: caixas, baldes, vasos, barquinhos e berço. Alguns objetos têm a cor natural e alguns são pintados em outras cores.
Ajilun disse a nossa reportagem que os Ewenqis eram bons caçadores e viviam nas montanhas e florestas de bétulas. A pele desta árvore é flexível e resistente e os Ewenqis costumavam produzir com ela os utensílios necessários à vida.
Há mais de 50 anos, a família de Ajilun, igual a todos os Ewenqis, desceu das montanhas mudando-se para a região de planície. Apesar das boas condições de vida e facilidade para obter tudo necessário no mercado, Ajilun não abandonou sua técnica e continua produzindo diariamente três objetos de pele de bétula. Mas a maior dificuldade dela é ir às montanhas para colher as peles da árvore. Ela disse:
"Sempre vou às montanhas com minhas três ou quatro companheiras em busca da pele da bétula. Saímos cedo e caminhamos cerca de cinco quilómetros para chegar lá".
Com a idade avançada, Ajilun começa a sentir dificuldade de continuar os trabalhos, mas por que insiste? Ela disse:
"Estou viciada na arte e sempre penso no assunto. Posso fazer dois objetos um dia e mais três outro dia. Quando doem-me as mãos, descanso um dia e noutro dia, volto ao trabalho".
Preocupada com a perda da tradição, Ajilun começou a transmitir sua técnica para os jovens da aldeia. Atualmente, ela tem cinco aprendizes, mulheres de sua aldeia. A aprendez He Xiaoqing, 38 anos, disse a nossa reportagem:
"Aprendo a técnica com Ajilun porque espero que ela seja transmitida para as gerações posteriores".
Com o fim de estimular os Ewenqis a aprender a técnica da produção de objetos com pele de bétula, o governo local organizou um curso e convidou a dona Ajilun como professora.
Com o desenvolvimento do turismo nos últimos anos, a aldeia Tuo Zha Mi vem atraindo muitos turistas e estes sempre compram alguns objetos de artesanato local como lembranças, o que tem impulsionado o desenvolvimento do artesanato da etnia Ewenqi. Segundo o sub-chefe da aldeia A Dong disse a nossa reportagem, os objetos de artesanato feito com pele de bétula tem boa aceitação no mercado e a produção vem puxando o crescimento económico local.
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