A etnia Maonan com apenas 80 mil integrantes vive no sul da Região Autónoma da Nacionalidade Zhuang de Guangxi. Os Maonans habitavam as montanhas e florestas densas levando uma vida isolada do mundo exterior e as condições de vida e produção eram muito árduas. Nos últimos anos, os Maonans saíram das montanhas e se instalaram em novas aldeias construídas pelo governo nas planícies começando seus contactos com o mundo exterior.
De ônibus, nossa reportagem saiu de Nanning, capital da Região Autónoma da Nacionalidade Zhuang de Guangxi, e mais de quatro horas depois, chegamos a Huanjiang, capital do distrito autónomo da etnia Maonan de Huanjiang. A pequena cidade se situa rodeada pelas montanhas e um rio passa fora da cidade. Visitamos a aldeia Chengshuang que está localizada a uns 10 quilômetros da cidade. Chegamos a um prédio de dois andares ao lado da rodovia. O dono chama-se Lu Jiangbei, 50 anos. Disse-nos que há mais de 10 anos, sua família vivia na montanha. "Vivíamos na montanha. A rede rodoviária não chega lá. Para ir à feira mais próxima, tínhamos que andar durante cinco horas e ainda com balancim carregando uns 50 quilos de produtos agrícolas. Saímos de casa antes do por do Sol e quando chegamos à casa, era noite. Nos dias de chuva, o caminho era ainda mais difícil".
Desde fins dos anos 80 do século passado, o governo chinês começou a implementar o programa de migração dos Maonans para as planícies. Foram construídos novos povoados para os Maonans, equipados de habitações, rodovias e abastecimento de eletricidade e água potável. O velho Lu está muito satisfeito com o novo ambiente de vida: "Agora as condições são boas. Temos estradas, temos eletricidade. Compramos televisor a cores, telefone e motociclo. A viagem da aldeia à Huanjiang leva no máximo 30 minutos".
Com a nova vida, os Maonans começaram a conhecer e ser atraídos pelo mundo fora e sua mentalidade também começou a mudar. Muitos jovens saíram de sua terra para trabalhar fora. Lu Kanghuai, filho do velho Lu, é um deles. Em 1990, o jovem Lu, com uns 20 anos, foi a Shenzhen, sudeste do país. Trabalhou como cozinheiro e aprendeu a conduzir automóvel. Vários anos depois, voltou à terra e começou a dedicar-se aos negócios de transporte.
"Quero dedicar-me ao transporte. Meu irmão está agora em Shenzhen, quero que ele volte e aprenda também a condução de automóveis. Meu cunhado sabe reparar automóveis. Assim toda minha família pode dedicar-se aos trabalhos relacionados com transporte ou reparação automotiva".
Muitos Maonans trabalharam fora, acumularam fundos, voltaram à terra e com a nova mentalidade, eles criaram empresas. Segundo estatísticas, mais de 60% das empresas no distrito Huanjiang são criadas por Maonans.
Quando nossa reportagem conversava com os Lus, um rapaz entrou. O dono de casa apresentou que foi o primeiro graduado universitário da família dos Lus e o primeiro jovem do distrito que estudou em Shanghai. Chama-se Lu Jie. É o sobrinho do velho Lu e trabalha no governo distrital.
A etnia Maonan dá importância à educação. Desde 2001, de 400 a 500 jovens Maonans são admitidos por escolas superiores e alguns foram admitidos por famosas universidades como por exemplo Universidade Beijing e Universidade Qinghua. Muitos deles voltaram à terra natal para a sua construção após a graduação. Lu Jie disse: "há uns dez anos desde minha volta à terra depois de concluir meu curso universitário, minha terra natal conheceu grandes mudanças. Quando voltei, toda a comarca tinha apenas um aparelho de telefone, mas agora, muitos camponeses usam celular. Não sou capaz de imaginar quais serão maiores mudanças nos próximos vinte anos".
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