A etnia Achang, uma das 55 minorias nacionais da China, possui 34000 pessoas. Segundo dados históricos, já no século II a. C, os antepassados desta etnia viviam nas bacias dos rios Jinsha e Lanchang da província de Yunnan. Mais tarde, porém, foram se transferindo para o sul da província. No século XIII, 90% de seus 20 mil habitantes já se haviam estabelecido nos distritos de Longchuan e Lianghe, província de Yunnan. Os demais Achangs vivem dispersos nos distritos vizinhos da mesma província.
Esta nacionalidade tem seu próprio idioma falado, com dois dialetos, mas utiliza a língua escrita da nacionalidade Han. Devido à longa convivência com as nacionalidades Han, Dai e Jingpo, não poucos Achangs falam as línguas dessas nacionalidades.
Os Achangs habitam zonas montanhosas propícias à agricultura. De clima agradável, terra fértil e muitas fontes de água, estas zonas possuem boas condições para o cultivo de milho, batata, tabaco e principalmente, arroz. O artesanato também está muito desenvolvido. Os Achangs se especializam na fabricação de facas de todos os tamanhos e de ferramentas agrícolas.
Os homens da etnia Achang vestem jaqueta azul, preta ou branca e calças de cor preta. Enfeitam o peito com um crisântemo vermelho, bordado com fios de seda. Usam também um turbante. As mulheres ou jovens costuma levar uma flor à cabeça. As mulheres usam camisa justa de mangas largas, saia até os joelhos e perneiras. Envolvem a cabeça com um lenço preto ou azul. As moças usam calças, ao invés de saias e levam tranças presas. Por ocasião de festas, todas as mulheres, sobretudo as jovens, usam um colar de quatro voltas de espigas e moedas de prata, pulseiras e brincos, também de prata.
A nacionalidade Achang pratica a monogamia. Em cada família, os pais vivem até o fim com o caçula. Os outros filhos, quando se casam, vivem em residências próprias. Os jovens têm liberdade de escolher seus parceiros. O começo do namoro ocorre em eventos com canções de desafio nas montanhas ou proximidades da aldeia. A busca da cara metade é muito peculiar. O jovem toca Dongxiao ou Huluxiao, instrumentos musicais típicas para expressar seu amor pela moça. A melhor temporada para isso é fevereiro e março, época de trabalho menos intenso na lavoura. O jovem leva diariamente consigo o seu Dongxiao. Ao encontrar sua preferida, o rapaz põe-se tocar belas melodias de amor, externando seus sentimentos. Se ela concorda, o jovem acompanha a moça até sua casa, cantando e tocando o Dongxiao, iniciando-se assim o romance. Ao ouvir a música, a mãe da moça abre a porta e convida o rapaz a entrar em casa. Sentados ao fogão, o rapaz e a garota cantam canções de amor, em forma de diálogo, até o amanhecer. No dia de casamento, o jovem busca a noiva em sua casa. Além disso, oferece um banquete a todos os aldeões. No mesmo dia, a família do noivo convida um casal com muitos filhos e netos para conduzir a noiva à casa do noivo, onde ela veste roupas novas para a cerimônia nupcial. Dois dias depois do casamento, o noivo, agora já é marido, vai até à casa da noiva, já esposa, com presentes e no dia seguinte, a família da jovem esposa leva o dote à casa do marido.
A cultura popular da nacionalidade Achang é rica. Seu arsenal folclórico compreende poemas, contos e lendas. Esta etnia tem muitos instrumentos musicais típicos, como o Zhuqing, o Huluxiao, o alaúde de três cordas, a flauta vertical e o tamborim. Os Achangs são hábeis em bordado, escultura e na produção de artesanato. A festa tradicional dessa etnia é o Huijie, com 3 dias de duração entre os finais de Setembro e o início de outubro. Nesses dias, todos estão com roupa da festa e participam das mais variadas atividades festivas. O elefante branco e o dragão verde são considerados pela nacionalidade Achang símbolo de boa sorte e felicidade. Durante as festas, ocorre a dança do elefante branco e a dança do dragão verde.
|