Quando se fala na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no Oeste da China, todos se remetem ao vasto deserto de Gobi, uvas saborosas e lindas moças uigures. Mas, em Xinjiang, há um lugar encantador chamado Kanas, lindo e misterioso. Ele é um importante pólo turístico da região.

Kanas, situado no Norte do Xinjiang, faz parte da fronteira com a Rússia, o Cazaquistão e a Mongólia. A reserva natural é formada pelo Lago Kanas, 1.374 metros acima do mar e com uma superfície de 46 quilômetros quadrados. Ao seu lado erguem-se montanhas cobertas de neve. Mas, no sopé das colinas, há imensas florestas onde coabitam centenas de espécies vegetais e animais.

A alvorada torna o Lago de Kanas ainda mais belo. Do Pavilhão Guanyu, voltado ao Kanasi, pode-se ver todo o panorama do Lago. Diz-se que um monstro habitava suas águas e que raramente podia ser visto. Para tanto, o povo local construiu o Pavilhão. De fato, o chamado monstro é uma espécie de peixe chamada peixe vermelho. Sua cabeça mede um ou dois metros contra os quatro ou cinco metros de seu corpo. Reza a tradição que alguém passou por aqui e viu o peixe puxando uma cabra que bebia água na margem do lago. Desde então, a história do peixe vermelho espalhou-se por toda a região. Um passeio junto ao Lago também é uma boa maneira para conhecer sua beleza. Ao ver as paisagens do Kanas, um funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) disse emocionado: "Esta reserva natural encanta e seduz a humanidade".

Além das belas paisagens, Kanas acumula sua própria cultura e história. A região é habitada pelos Tuwas, membros da etnia mongol. Diz-se que eles são descendentes dos soldados do Gengis Khan que permaneceram em Kanas após a conquista ao Oeste. Na atualidade, há cerca de 1,400 Tuwas em Kanas. Desde antiguidade, seus antecessores têm nascido e se perpetuado naquelas bandas, mantendo um modo de vida simples e natural.

O que está ouvindo é a música produzida pelo Chuwuer, um instrumento musical com mais de 400 anos dos Tuwas. Os Tuwas tocam Chuwuer para dar as boas-vindas. Parecido com flauta de bambu vertical, o Chuwuer é feito a partir de uma rara planta herbácea chamada "Jia Late". Eerdeshi, 67 anos, é a única pessoa na China que sabe tocar Chuwuer. Ele não conhece nem as partituras quanto as regras musicais. Mas compôs mais de dez músicas tocadas em solo.