Nos últimos anos, vêm aparecendo cada dia mais vendedores de minorias étnicas no Mercado de Panjiayuan, um dos mercados de objetos de antigüidade em Beijing. Eles, em trajes étnicos, discutem em inglês com clientes estrangeiros, mostrando-lhes os produtos cheios de características étnicas, como por exemplo, vestuários e tecidos de bordado. São na sua maioria, os Miaos, procedentes do Sudeste da China.
Perante uma tenda, cujo dono é um casal Miao, nossa reportagem viu as jóias de prata, como colares, pulseiras, brincos ? todos detalhadamente trabalhados com motivos de borboleta, fênix e bonitos desenhos.
A dona Tang Shengmei disse: "as mulheres Miaos costumam usar as jóias de prata durante dias festivos, e estas podem pesar um total de até 10 quilos. Para os Miaos, as jóias de prata, além de suas funções decorativas, evitam os maus agouros.
Segundo Long Gui, marido de Tang, as jóias de prata são produzidas por prateiros privados em sua terra natal, a província de Guizhou. O casal compra os objetos dos prateiros e os vende em Beijing. Um prateiro mestre precisa de cerca de sete dias para produzir um colar com estilo Miao.
Chen Weidi, cliente que estava escolhendo jóias na tenda do casal Long Gui, disse:
"As jóias de prata dos Miaos têm estilo rústico e singular. Gosto de seu design".
Perto da tenda do casal, uma idosa Miao chamada Zhang Dinglan cuidava de seus negócios e bordava uma palmilha. Ela veio da província de Guizhou, também.
Zhang vende peças bordadas e apresentou que suas peças, em diferentes tamanhos, têm funções diferenciadas, como por exemplo, podem ser utilizadas como renda de vestuários, decoração na parede, bolsas, entre outros.
A grande maioria das peças são produzidas por ela mesma ou legadas por sua avó já falecida. Ela disse:
"Em minha terra, todas as famílias têm peças bordadas, por isso, este tipo de produto não se vende a um bom preço. Ouvi dizer que no Mercado de Panjiayuan, nossas coisas são vendidas a bons preços, então vim".
Falando dos tecidos bordados, ela exibiu a nossa reportagem uma bolsa com desenhos de uma bela rosa. Tratava-se de uma espécie de bolsa em que geralmente as jovens mães levam seus bebês atados às costas. Hábil na técnica, Zhang precisa de dois a três anos para completar o trabalho.
"Clientes tanto chineses como estrangeiros adoram as peças bordadas. Há aqueles que compram-nas para fazer quadros colocando na parede, ou oferecer aos amigos, ou ainda apenas para coleção".
Nesse momento, uma cliente chegou à tenda de Zhang e escolheu uma peça. Ela disse a nossa reportagem que sempre adorou os vestuários e estilo decorativo dos Miaos e que tem uma coleção de saias típicas da etnia.
"Vou colocar esta peça numa blusa que usei vários anos, e com mais algumas modificações pequenas, a blusa se tornaria uma nova".
Em frente a tenda da idosa Zhang, uma mulher Miao chamada Liao Liang discutia o preço com um cliente estrangeiro em seu inglês quebrado. Logo depois, ela disse a nosso repórter que o cliente queria comprar uma roupa muito preciosa por um baixo preço.
"Não vou vender esta roupa a um preço tão baixo porque peça como esta só é usada por moça Miao, durante a 'Festa das Irmãs'. Trata-se de uma roupa produzida há muito tempo. Agora ninguém mais sabe fazê-la, por isso, ela é cara".
Há cinco anos, Liao Liang chegou a Beijing. Durante estes anos, ela só vem ao Mercado de Panjiayuan em finais de semana para vender peças bordadas, vestuários e jóias de prata, todos de estilo Miao, e, em outros dias da semana, costuma ficar em casa fazendo bordados junto com sua mãe.
No Mercado de PanjiaYuan, os Miaos como o casal Long Gui, a idosa Zhang e Liao Liang são muitos. A sua presença acrescenta ao mercado uma forte pincelada da etnia Miao.
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