Dia 7 de julho do calendário chinês marca o Dia dos Namorados na China. Este ano, porém, além do tradicional dia 14 de fevereiro, onde a maioria dos países celebra a data, os chineses celebram dois Dias dos Namorados. O fato agrada mais aos jovens, especialmente os urbanos. Além dos namorados, os solteiros também aproveitam esta data para realizar festas com os amigos, e, por que não, tentar encontrar a sua alma-gêmea.
Shu, empregado duma companhia de comércio, admitiu planejar junta-se com seus colegas do escritório e fazer uma festa de solteiros. O jovem, romântico, disse que a menina que ele conhecer no dia 7 de julho será a sua esposa.
Na cidade de Ningbo, província de Zhejiang, muitas agências turísticas aproveitam esta oportunidade para oferecer viagens especiais, como a Viagem à Noite do Dia Sete, Viagem em Busca do Amor, entre outras.
Atualmente, os jovens chineses, especialmente os urbanos, preferem celebrar o Dia dos Namorados Chinês ao invés do ocidental. Wang, residente urbano, disse: "o dia dos Namorados ocidental era novidade quando chegou à China, mas agora, a influência dele já não é tão grande como era. Para mim, dia 14 de fevereiro é só um dia monótono com flores e barras de chocolate. Em contrapartida, o dia 7 de julho do calendário chinês é mais alegre e ajuda a promover a cultura tradicional chinesa."
Mesmo a este ano o Dia Dos Namorados chinês ser celebrado no mês de julho, os chineses festejarão duas vezes a data romântica, o que significa mais festas e alegria.
Agora, um pouco da história do dia dos namorados chinês.
Em tempos muitos remotos, o Imperador celestial sentia a vida muito solitária, os dias muito monótonos, e ordenou que as suas sete filhas fiassem algodão e tecessem panos para fazer um vestido para o céu. Mas, os panos feitos pelas filhas eram de cores branca e cinzenta, de forma que o céu continuava pálido e vazio.
A caçula, sétima filha do Imperador Celestial, foi uma moça genial. Inspirada pelas flores de sete cores do jardim, ela teve a idéia de tecer panos coloridos e conseguiu finalmente tecer um pano lindíssimo de sete cores. Ao ver esta mudança positiva, o Imperador Celestial nomeou a caçula de "Tecelã".
Uma vez, Tecelã percebeu que um rapaz costumava cultivar a terra e, nos intervalos, conversava carinhosamente com boi velho. Tecelã sentia piedade do rapaz.
Um dia, o velho boi disse-lhe: "Amanhã é dia 7 de julho, as sete filhas do Imperador Celestial vêem descem à terra para se banhar. Você pode esconder as roupas de uma das sete e casar-se com ela." O moço aceitou a proposta com muito agrado.
No dia 7 de julho, bem cedo, o pastor escondeu-se à espera da chegada das meninas. Não passou muito tempo até que as sete filhas do Imperador Celestial, cada uma numa nuvem colorida, descessem do céu para a beira do rio, onde, já despidas, banharam-se nas águas cristalinas.
O pastor apanhou as roupas de uma delas e correu. Como corria com muita pressa, o barulho que fazia com o junco espantou as meninas. Todas elas subiram à margem e seis delas encontraram suas roupas, vestiram-se e voltaram para o céu. A única que ficou foi a caçula, Tecelã. Envergonhada à margem do rio, ela não sabia o que fazer. Então, o pastor foi até ela, e disse, gaguejando:
"Se você quiser casar-se comigo, posso devolver suas roupas".
Vendo que era o rapaz que gostava, a sétima filha do Imperador Celestial cedeu ao pedido. Eles casaram-se e tiveram um filho e uma filha.
Porém, ao Imperador Celestial chamar suas filhas para uma conversa, percebeu a ausência da caçula, que já havia casado com um homem da terra. Ele não conteve sua fúria e mandou um de seus generais buscá-la. Foi justamente no dia 7 de julho que o general do Palácio Celestial levou, à força, Tecelã de volta para o céu.
Percebendo que sua esposa havia sido levada para o céu, o pastor, aflitíssimo, pegou uma vara, amarrando uma cesta em cada extremidade dela para carregar respectivamente os dois filhos, e partiu apressadamente para alcançar a mulher. O velho boi ajudou, tirou um dos chifres e transformou-o num barco que levou o pastor e os seus dois filhos para o céu. Os meninos chamavam a mãe, e esta lutava para livrar-se do general e encontrar-se com o marido e os filhos. Nessa altura, apareceu o Imperador Celestial. Ele estendeu a mão e desenhou no céu um rio caudeloso entre Tecelã, o pastor e os dois filhos. Os chineses chamam este rio de Rio de Prata, que seria a Via Láctea dos ocidentais.
Nessa altura, multidões de pássaros formaram uma ponte sobre o Rio de Prata para facilitar a união da família. Sem alternativa, o Imperador Celestial acabou por permitir que Tecelã se encontrasse com seu marido e seus filhos na Ponte das Pegas, mas apenas uma vez por ano, no dia sete de julho.
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