São nove horas da manhã, o tempo está muito quente e abafado, mesmo assim, a médica Liu Zaiwu começa seu trabalho. De agenda cheia, ela vai visitar três pacientes pela manhã. O tratamento médico com pacientes com dificuldades de locomoção e com idosos é apenas uma parte do trabalho de Liu, da Clínica da Comunidade Qinan, em Beijing.
A profissão de Liu tem nome. Chama-se "médico familiar". Através desse profissional, pacientes com doenças crônicas podem simplesmente serem atendidos em casa.
Quando o serviço começou, o primeiro paciente de Liu foi Liu Guoshi, de 91 anos, que tem dificuldades ao mover-se e falar. O idoso paciente sofreu uma cirurgia no cérebro para remoção de um tumor. Embora a operação tenha salvado a vida dele, Guoshi ficou parcialmente paralisado e perdeu a audição. Atualmente, muito idosos vêm sofrendo com doenças tais como hipertensão e diabete.
Depois de medir a pressão sanguínea, a médica Liu tentou comunicar-se com o idoso por escrito, a fim de saber qual parte do corpo ele não sentia-se bem. Embora as palavras do idoso tenham sido difíceis de entender, Liu sabia que o doia o estômago. E Xu Li, esposa de Guoshi, disse o seguinte:
"A cada dia que passa, mais ele está a beira da morte. Se não fossem os médicos familiares, ele não poderia viver tanto tempo". Para Xu, era muito difícil levar o marido ao hospital. Mas agora, com médicos como Liu, o tratamento ficou mais fácil. Depois do tratamento, Liu escreveu detalhadamente sobre os cuidados com as medicações e quanto as advertências dentre os diferentes medicamentos.
Atualmente, mais de 70% dos pacientes que contam com tais serviços são idosos com doenças crônicas. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro Médico de Yuetan, 40% das famílias entrevistadas têm pelo menos um membro com hipertensão, ou com diabetes. Tratamentos de saúde através de médicos familiares podem mostrar um resultado bem diferente.
Hou Wuzi, diretor da Clínica da Comunidade de Qinan, disse: "Quando um paciente com doença crônica está em situação de risco, médicos familiares podem dar tratamento médico imediato além de saber mais sobre a situação do paciente. Nessa caso, esses especialistas são mais eficientes dos que os de hospital."
Agora, muitos residentes que visitam a clínica da comunidade, esperam que possam também gozar do serviço médico familiar, uma vez que seus dados ficam arquivados na clínica.
Gao Wenzhen, 69 anos, residente da comunidade, veio à clínica para receber medicação gratuita de tensão sanguínea, e aproveitou para deixar seus dados arquivados na clínica. Ela disse: "A clínica fica perto da minha casa assim, posso ter serviços rápidos. Os médicos aqui são muito eficientes."
Apesar da diferença que credita melhor médicos que trabalham em grandes hospitais do que os familiares, Liu reconhece que, ao escolher sua profissão, também pensava da mesma forma. Porém, optou por tornar-se médica familiar devido a grande competição que há para entrar em conceituados hospitais.
Antes de se tornar médica familiar, ela trabalhou em diferentes departamentos em hospitais. Esta experiência ofereceu à médica uma grande vantagem em seu trabalho como médica de família, e a ajuda a entender e tratar com situações de saúde dos pacientes.
Cada vez mais pacientes visitam Liu em busca de sugestões de saúde, o que a proporcionou grande confiança e a fez acreditar que ela pode oferecer bons tratamentos médicos. Ela disse: "Hoje em dia, os departamentos nos hospitais grandes são subdivididos demasiadamente, os pacientes não sabem que departamento eles devem ir. Com as minhas sugestões, eles podem encontrar com facilidade o departamento correto".
As responsabilidades dos médicos da comunidade não só oferecem tratamento médico, como também incluem prevenção de doenças, educação de saúde, entre outros. A Clínica da Comunidade de Qinan oferece regularmente palestras de saúde aos residentes e, diariamente os médicos ali dão sugestões ou apresentam experiências na prevenção de doenças aos visitantes.
Para elevar a qualidade, a Clínica envia todos os anos seus médicos a participar do Programa de Wisconsin Medical School dos EUA, e Hou participou da edição de 2004, onde adquiriu muitas experiências.
Porém, o limite do número de pessoas restringe o oferecimento de todos os serviços. Agora, a Clínica só tem dois médicos e duas enfermeiras. Hou espera que mais pessoas qualificadas possam participar do trabalho em sua clínica.
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