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Palácio de Verão

Templo de Céu
A procura pelos antigos recantos da China
2006-06-26 10:55:01    cri

A China é um dos quatro países de civilização mais antiga do mundo. Os últimos levantamentos arqueológicos mostram que os hieróglifos primitivos usados pelos chineses na antigüidade datam de 7 mil anos atrás. O berço da civilização chinesa se encontra tanto nas regiões localizadas nas margens do Rio Amarelo como do Rio Yangtze, onde foram desenterrados recentemente sementes e instrumentos primitivos há 7 mil anos atrás para o cultivo de arroz.

Essa civilização de 7 mil anos se compara com as civilizações antigas do Egito, da Babilônia e da Índia. Em certas áreas, a civilização chinesa é mais antiga. As relíquias históricas e culturais espalham-se por todo o país. Atualmente mais de 5 mil estão registradas oficialmente.

A Grande Muralha é naturalmente a mais famosa. Com uma extensão total de 6.350 quilômetros, ela atravessa o norte da China, desde o trecho Shanhaiguan, junto ao mar Bohai, no Leste, até o trecho Jiayu, na Província de Gansu, no Oeste. Se fossem ligados todos os trechos da Grande Muralha construídos por várias dinastias, durante mais 2 mil anos, entre o século VII (a.C) e o século XVI(d.C), sua extensão, certamente, ultrapassaria mais de 50.000 quilômetros, o bastante para dar uma volta ao mundo pelo equador e ainda sobrar.

Para a nação chinesa, a Grande Muralha é o que as Pirâmides são para o Egito. Ela é o símbolo do país. Os chineses costumam dizer: "Não é herói quem não conseguir subir a Grande Muralha". Já os turistas estrangeiros dizem que ir à China sem visitar a Grande Muralha é como visitar o Egito sem conhecer as Pirâmides.

O Museu Palácio Imperial, situado no centro da cidade de Beijing, conhecido também como Cidade Proibida, é um imponente conjunto arquitetônico composto de residências e palácios onde moravam os imperadores da China antiga. Está cercado, pelos quatros lados, por muros de 10 metros de altura, 760 metros de largura no sentido leste-oeste e 960 metros de comprimento no sentido norte-sul. Com uma área murada totalizando 720 mil metros quadrados e possuindo 9.999 habitações, é o maior palácio imperial do mundo.

Durante mais de 500 anos, 24 imperadores das dinastias Ming(1368-1644) e Qing (1616-1911) viveram na Cidade Proibida. No seu interior, encontram-se palácios gigantescos e salões todos bem decorados. Visto de cima, num dia claro, o conjunto arquitetônico apresenta-se como uma imensa área de cor dourada cintilante. Nos quatro cantos da Cidade Proibida, estão localizados quatro pavilhões-torres, engenhosamente construídos. Além disso, ela está rodeada pelo canal "Águas Douradas".

Mais para o norte do Portão Tiananmen, encontra-se o Portão Wumem, a principal entrada da Cidade Proibida. Nos imponentes pavilhões da parte da frente do Museu, os imperadores concediam audiências protocolares a ministros e recebiam enviados estrangeiros. No interior da Cidade Proibida, encontram-se pátios, pavilhões, pagodes e torres que formavam o deslumbrante conjunto arquitetônico das residências das imperatrizes e das inúmeras concubinas. Na última parte da Cidade Proibida, está o pequeno e harmonioso jardim imperial, com colinas artificiais, pinheiros e ciprestes milenares.

Hoje, em todos os pavilhões, estão expostos artigos usados pelos imperadores e sua família. Em alguns poucos, estão os objetos raros de várias dinastias. Com tais construções antigas e grande quantidade de tesouros e raridades ainda preservados, a Cidade Proibida é, na verdade, um gigantesco e fabuloso museu.

Foi exatamente neste sumptuoso complexo imperial, cercado de muros vermelhos, onde ocorreu inúmeras intrigas e disputas palacianas. "O Último Imperador", filme premiado com o Oscar, foi filmado na Cidade Proibida e o seu enredo está baseado em fatos históricos dos últimos anos da Dinastia Qing.

Henry Kissinger, ex-Secretário de Estado dos Estados Unidos, que visitou a China várias vêzes, considera o Templo do Céu, localizado em Beijing, como a jóia rara da arquitetura antiga da China.

O Templo do Céu, construído há 500 anos, é o maior dos templos-altares existentes na China, onde os imperadores das Dinastia Ming e Qing ofereciam sacrificios ao Céu. Proclamando-se "Filho do Céu", cada imperador ia ao Templo do Céu para presidir pessoalmente a cerimônia anual dos sacrifícios. O Templo do Céu, com uma área espaçosa, quase duas vezes maior que a do Museu do Palácio Imperial, está coberto de velhas árvores frondosas, mas tem poucas construções. A construção principal do jardim é o Pavilhão das Preces por uma Boa Colheita, pelo qual Kissinger tem muita admiração. Ele declarou que quando o viu pela primeira vez, ficou tão extasiado com sua beleza que não conseguiu encontrar palavras para expressar seu entusiasmo. O Pavilhão, em forma oval, tem 38 metros de altura e 30 metros de diâmetro. Com uma base circular branca, telhado azul, colunas vermelhas, pinturas coloridas e o teto dourado, ele é deslumbrante. Sua peculiaridade arquitetônica consiste em que o telhado da construção é sustentado por 28 colunas de madeira e muitas peças de madeira bem encaixadas.Trata-se de uma obra-prima da arquitetura chinesa, sustentada por colunas e vigas de madeira.

A outra atração do Templo do Céu é o Muro do Eco, também em forma circular. Se duas pessoas encostarem o ouvido junto ao muro, em dois pontos longe do alcance da voz, conseguirão ouvir uma a outra, mesmo falando em voz baixa. É uma maravilhosa invenção acústica usada pelos chinesas há 500 anos atrás.

Existem na China muitas outras construções antigas típicas. O Templo Xuankong (suspenso no ar), na Montanha Hengshan, província de Shanxi, é um exemplo. O templo, uma construção de 1.500 anos atrás, está encravado numa montanha íngreme e rochosa. Os três pisos da construção estão sustentados por pilares de madeira. O teto, com 50 metros de altura, parece estar pendurado junto à montanha. Em geral, na China, cada templo pertence a uma religião. Porém, no Templo Xuankong, são veneradas divindades de várias crenças, tal como Sakyamuni, fundador do budismo, Laozi, fundador do Taoismo e Confúcio, fundador do Confucionismo.

A mais mística construção antiga da China é o Palácio Potala, no Tibete, construído no século VII. Situado no centro da antiga cidade de Lhasa, capital regional do Tibete, o Palácio Potala é o maior e de altitude mais elevada castelo do mundo. Ocupa uma área de 41 hectares, tem 13 andares e mil habitações. Todos os Dalai Lamas viviam e trabalhavam neste palácio. O quarto de dormir do Dalai Lama fica no ponto mais alto do palácio e está exposto ao sol o dia todo, razão pela qual é chamado de "Salão da Luz Solar". O palácio abriga também um mausoléu onde estão guardados os restos mortais dos Lamas do passado. Seus salões, as estátuas budistas, as esculturas, os murais, a grande quantidade de sutras e raridades bem preservadas, são de grande valor cultural e histórico. Nos últimos anos, o govêrno chinês investiu 53 milhões de yuans( equivalente a 6,625 milhões de dólares) na restauração do Potala, recuperando assim todo seu esplendor.

Os jardins de estilo clássico de Suzhou, pequenos e delicados, são um contraste com essas grandes obras arquitetônicas. Na cidade de Suzhou, perto do oeste de Shanghai, estão localizados esses jardins tais como incluindo Cang Lang Ting, Shi Zi Lin, Wan Shi Yuan e Liu Yuan, que encarnam toda a técnica de jardinagem das Dinastias Song, Yuan, Ming e Qing. Como eram, em sua maioria, residências privadas de antigos eruditos, eles são pequenos. Interligados por caminhos tortuosos e compondo o cenário de exóticos pavilhões e pagodes separados por canais, colinas artificiais, flores e árvores, eles são a recriação da natureza num espaço limitado.

As residênciais antigas de Huizhou, capital do Distrito Shexian, província de Anhui, são de outro estilo. No passado, os comerciantes de Huizhou que faziam fortuna em outras regiões do país, quando voltavam à terra natal, construíam grandes e espaçosas residências. Nesse distrito, existem mais de cem residências construídas há quase 500 anos, durante a Dinastia Ming. Cercadas por muros contra o fogo e com elegantes fachadas, pátios retangulares, janelas com grades, portas com esculturas e rangentes escadas de madeira, elas nos mostram a sutileza da mentalidade daqueles comerciantes que queriam gozar sua vida extravagante, sem mostrar, contudo, sua fortuna.

Porém, em épocas mais remotas, as residências populares eram muito simples e primitivas. A aldeia Banpo, nos subúrbios do Município de Xian, foi habitada por uma tribo de comunidade matriarcal que viveu há 6 mil anos atrás nas margens do Rio Amarelo. Entre as 45 ruínas de casas da aldeia, há algumas que foram construídas originalmente no subsolo e há também casas de madeira construídas depois no nível do chão. Elas são tanto redondas como quadradas, com portas e janelas voltadas para o sul. No centro de cada casa, está o fogão feito de lama, palhas e galhos de árvore. Em volta dessas residências, há celeiros, fornos de produção de cerâmica e sepulturas.

Dujiangyan, perto de Chengdu, província de Sichuan, construída há 2 mil e duzentos anos, foi a primeira grande obra hidráulica a ser feita no mundo. A maravilha desse projeto consiste em sua longa vitalidade, até hoje, ela ainda opera normalmente com sua forma original. O projeto divide o rio Minjiang em duas partes, uma para drenagem e a outra para irrigação e navegação. Atualmente o projeto irriga 600 mil hectares de terras cultivadas. Com dois templos próximos e uma ponte suspensa, Dujiangyan tornou-se uma outra atração turística.

Duas cidades igualmente antigas como a obra hidráulica, entretanto, estão bastante arruinadas. As antigas cidades de Gaochang e Jiaohe, localizadas perto de Turpan, região autômoma da nacionalidade Uigur de Xinjiang, na Ásia central, durante mais de mil anos foram bastante prósperas, mas começaram a entrar em declínio e abandono, nos últimos séculos. Pode-se ver até hoje vestígios nítidos dos alicerces dos muros da cidade, das ruas, templos, pagodes budistas, residênciais, poços, prédios oficiais, oficinas e feiras. Estando entre essas ruínas e imaginando o quanto aquelas cidades eram prósperas, os turistas não deixam de ficar emocionados com as vicissitudes da vida humana.

Nos últimos anos, em alguns países e regiões do mundo, foram realizados alguns projetos arquitetônicos imitando cidades da China antiga. O que reflete um interesse pela China. Muitas dessas cidades são uma réplica de Xian, capital da dinastia Tang (618-907), Kaifeng, capital da Dinastia Song do Norte (960-1127), ou Nanjing, capital da Dinastia Ming (1368-1644). Essas cidades antigas da China servem como textos históricos vivos tanto para os chineses como para os turistas estrangeiros. Todas essas cidades conservam ainda hoje os seus antigos muros, os quais, com a restauração realizada em alguns trechos recentemente, recuperaram a forma original. O mesmo aconteceu com algumas ruas que tiveram seu traçado original refeito.

Nos anos 70, perto da tumba do primeiro imperador que unificou a China, não muito distante da cidade de Xian, foi descoberta uma caverna com figuras de soldados de terracota e de cavalos modelados há 2.200 anos atrás. A descoberta chamou atenção do mundo e o exército de terracota foi qualificado pela opinião pública mundial como a "oitava maravilha do mundo". Fica evidente que o imperador desejava estar em companhia do seu exército mesmo depois de sua morte. Por isso, perto de seu mausoléu, encontrava-se a cova com milhares de soldados e cavalos de terracota de tamanho natural, assim como vários tipos de armas usadas naquela época. Mais tarde, os arqueólogos descobriram ainda cavernas com carroças e cavalos de bronze relembrando um quartel-general do exército. No total, foram desenterrados mais de 10 mil artigos históricos. Os soldados e cavalos de terracota, de expressões bem marcantes e perfilados em posição de combate, dão a impressaão de um poderoso e determinado exército pronto para a batalha.

O tesouro artístico das grutas da China antiga é extraordinário. Muitas das obras com temas budistas têm mais de mil anos de história. As mais famosas são a da Gruta Yungang, perto de Datong, província de Shanxi; da Gruta Longmen, perto de Luoyang, província de Henan; das Grutas da Montanha Maijishan, perto de Tianshui, província de Gansu; as esculturas de pedra do Distrito Dazu, província de Sichuan. A estátua de Buda, próxima de Leshan, província de Sichuan, com 71 metros de altura e ombros com 28 metros de largura, é a maior estátua de pedra do gênero do mundo edificada durante a Dinastia Tang no rochedo original da montanha. Sua construção demorou mais de 90 anos. Localizada em frente ao imenso volume de águas formado pelo encontro dos três rios, ela mostra-se imponente e majestosa.

De todas as grutas, as mais famosas são as Grutas Mogao de Dunhuang, província de Gansu, consideradas como "tesouro da arte oriental". Mais de mil grutas que foram escavadas há milhares de anos, a partir dos anos 366 a. C, estão localizadas na encosta íngreme de um rochedo com 1.600 metros de extensão. No tempo em que a antiga Rota da Seda servia como elo de ligação dos intercâmbios econômicos e culturais entre o Oriente e o Ocidente, comerciantes, funcionários e populares que percorriam a Rota escavavam grutas e imagens para solicitar paz e felicidade. Até agora, estão preservadas totalmente 492 grutas construídas durante 10 dinastias, com 45 mil metros quadrados de afrescos e mais de 2 mil estátuas coloridas.

Além dos temas das histórias e virtudes budistas, os afrescos descrevem, em grande dimensão, a cultura, hábitos, costumes e artes de diversas dinastias. De todas as obras, as que mais chamam a atenção são as dançarinas tocando pipa e as fadas voadoras nuas, em posições exóticas. Estas grutas contém preciosos dados para o estudo da política, da economia, dos assuntos militares e da cultura da antiga tanto da China como de todo o Oriente. Na verdade, os estudos sobre estas grutas formam um ramo de investigação historiográfica denominada pelos historiadores chineses e estrangeiros como "Dunhuangologia".

Xian era o ponto de partida da antiga Rota da Seda, enquanto Dunhuang servia como o ponto de ligação da Rota. De Dunhuang, a Rota da Seda se dividia em três caminhos para Xinjiang, em direção ao oeste. Durante mais de 2 mil anos, a Rota da Seda serviu como uma rota do comércio internacional. Hoje, os inúmeros recantos históricos, cidades antigas, templos, pagodes, monumentos, tumbas, lápides, grutas e todos os tipos de vestigios do intercâmbio econômico e cultural entre o Oriente e o Ocidente, que estão situados em seu percurso, são uma atração fantástica para os turistas.

As Grutas Mogao, a Grande Muralha, o Museu do Palácio Imperial, a Tumba do Imperador Qin Shihuang e o Palácio Potala estão incluídos na Lista dos "Patrimônios Culturais do Mundo" da UNESCO.

Alguém já sugeriu que para os turistas terem uma visão geral das diferentes épocas históricas da China, deveriam visitar primeiro Xian, para conhecer a China de 2 mil anos atrás, depois Beijing, para a China de mil anos atrás e logo Shangai, para a China de cem anos atrás. Shanghai é um resumo da China moderna e conta com muitos recantos históricos deste século. Destacam-se, entre outros, a sede do Reino da Paz Celestial Taiping, rebelião camponêsa ocorrida no século XIX; as várias construções de estilo arquitetônico ocidental da época em que Shanghai era um importante porto do comércio exterior da China; as residências de personalidades famosas chinesas tais como o Dr. Sun Yat-sen, Soong Chingling e Lu Xun e a sede de fundação do Partido Comunista da China. Hoje em dia, Shanghai está mais uma vez na frente da reforma econômica e da abertura para o exterior. Vale a pena ver com os próprios olhos o que mudou: o novo distrito Pudong, duas gigantescas pontes sobre o Rio Huangpu, a torre da televisão "Pérola do Oriente", o metrô, os viadutos, o cais de Shanghai, a praça do povo, o mercado Yuyuan na cidade antiga e os prédios altos e de diversos estilos construídos recentemente. Shanghai, a metrópole moderna da China, é uma atração tanto para os turistas nacionais como para os estrangeiros.

 
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