O famoso autor Su Shuyang concluiu recentemente sua nova obra, "Livro de Leituras do Tibete", que está sendo bem acolhida por leitores chineses e estrangeiros. No bloco "Personalidade Cultural" de hoje, vamos conhecer Su Shuyang e sua carreira literária.
Su Shuyang apaixonou-se pela literatura desde criança e começou a publicar obras ainda jovem. Nas últimas décadas, escreveu novelas, roteiros de filmes e prosas que receberam inúmeros prêmios nacionais. Em 2007 recebeu o título de "Artista de teatro de contribuição proeminente ao País".
Antes de "Livro de Leituras do Tibete", Su Shuyang publicou "Livro de Leituras da China". Somente na China, o livro vendeu mais de 10 milhões de cópias e chegou a ser traduzido para o inglês, alemão, russo e mais de dez outras línguas, tornando-se uma espécie de janela pela qual o mundo passou a conhecer melhor a China. Em 2006, na Feira Internacional de Livros de Frankfurt, seus colegas estrangeiros sugeriram que Su Shuyang escrevesse outro livro de leituras, mas dessa vez sobre a história e cultura tibetanas.
Infelizmente, devido à sua saúde delicada, escrever o Livro de Leituras do Tibete não foi tarefa fácil. Impossibilitado de viajar ao Tibet por conta de um tratamento intensivo de quimioterapia, seu maior desafio foi pesquisar a língua e o budismo tibetanos;
"A maior dificuldade na criação do Livro de Leituras do Tibete é que não tenho familiaridade com o tibetano, ou seja, minha pesquisa foi baseda em livros traduzidos. Além disso, nunca estive no Tibete e não tenho conhecimento suficiente sobre a região, e para compensar isso, assisti a muitos vídeos e visitei uma série de exposições sobre o Tibete."
Por meio de uma pesquisa histórica, Su Shuyang acredita que a cultura tibetana absorveu elementos de uma sucessão de gerações que viveram em regiões diversas.
Em relação ao budismo tibetano que atrai maior atenção do Ocidente, Su Shuyang considera Bonpo a principal religião do antigo Tibete, e no século VII, a princesa Wencheng introduziu a teoria do budismo chinês, assim como as escrituras e rituais budistas;
"O budismo tibetano tem base no budismo chinês, mas adquiriu características próprias, o que lhe dá peculiaridade. Minha conclusão é que o budismo chinês, o budismo indiano e a religião Bonpo formaram o atual budismo tibetano."
Na opinião de Su, a peculiaridade do budismo tibetano é sua diversidade: "Ao analisarmos o período entre as Dinastias Qin e Han e a Dinastia Tang, os indivíduos da etnia Han e os tibetanos do oeste falavam quase a mesma língua, a única diferença era o alfabeto. Os Hans usavam caracteres chineses, enquanto os tibetanos criaram um alfabeto próprio com base no indiano."
Su Shuyang apaixonou-se pela região quando escrevia o Livro das Leituras do Tibete. Ele declarou que se comoveu muito ao pesquisar a fé tibetana e a importância do sonho para essa religião, e acredita que a cultura tibetana apresenta grande familiaridade com o Ocidente, o que explica o interesse do mundo ocidental. Segundo Su, frente aos obstáculos naturais, os tibetanos demonstram um instinto humanitário, a devoção a Buda, e uma capacidade de pesistência que o mundo moderno não é capaz de assimilar.
A obra de Su Shuyang introduz a origem e o desenvolvimento do Tibete, assim como a geografia, religião, cultura e artes atuais.
"Esta é uma obra literária que apresenta características peculiares, mas acredito que cumpri dois objetivos principais ao descrever a história da região de forma que o leitor compreenda a origem dos problemas que o Tibete enfrenta na atualidade, e ao tomar minha pesquisa como uma espécie de referência para o leitor curioso.
No prefácio, Su tenta esclarecer que o livro não é uma história generalizada do Tibete, muito menos uma seleção de anedotas, mas sim uma pesquisa do povo tibetano, com seus pensamentos profundos e explicações sinceras, seu espírito de fraternidade e de esperança de um futuro melhor para o Tibete. Talvez tenha sido essa força que o tenha ajudado a superar as tantas dificuldades que surgiram durante o seu processo de criação.
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