De Crianças Amarelas, seu primeiro álbum, para embaixadora de boa vontade (goodwill ambassador) da ONU, Zhu Zheqin, ou Dadawa, percorreu um longo caminho.

A cantora, conhecida por sua vocalização, realizou uma viagem de dois anos na Região Autônoma do Tibete e teve sua voz ouvida pelo mundo quando lançou o álbum Tambor de Irmã, inspirado no Tibete, em 1995.

Ela começou, depois, a fazer investigações mais profundas em minorias étnicas do mundo e contou sua história no documentário A Viagem de Som. O programa fala sobre músicas do Sul Asiático e inclui músicas de rua, gipsy e religião.

Agora, a artista Dadawa tem um novo papel trabalhando para promover as heranças de minorias étnicas como embaixadora de boa vontade da ONU.

A cantora vai trabalhar com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para ajudar a socorrer e desenvolver os legados culturais de minorias étnicas da China entre 2009 e 2010.

"Espero que possa agir como um condutor e que possa ser a pessoa que conte algumas das histórias desses povos," a firmou Dadawa. "Minhas experiências de viagem para ver as minorias étnicas e as coisas que vi durante minha vida me levaram a isso."

Dadawa está sempre na estrada. Ela visitou quase todas as minorias étnicas chinesas durante a última década. Ela também viajou de Kashmir para Deli e de Varanasi, na Índia, para o Nepal e, depois, para o Himalaia e voltou para o Tibete.

Devido ao estilo tibetano de sua música, muitas pessoas pensam que Dadawa é tibetana. Na verdade, ela nasceu em Guangzhou, da província de Guangdong e foi descoberta por He Xuntian, um professor de música de Shanghai, que coletou músicas tibetanas por 20 anos.

A paixão pela região autônoma influenciou na escolha de seu nome artístico- Dadawa, que significa a Lua no tibetano. Ela produziu o álbum Seven Days depois de voltar do Tibete, em 2006. Na obra, ela expressou um tipo completamente novo de música tibetana, uma música que é relacionada ao Tibete de uma maneira espiritual.

Também neste ano, a cantora encontrou Khalid Malik, coordenador da ONU na China, quando ela visitou Shangri-La, na província de Yunnan.

"A contribuição de Dadawa para o desenvolvimento da música de minorias étnicas e sua paixão por essas regiões nos interessou," disse Malik. "Ela vai não apenas ajudar na parte de música, como também promover a diversidade cultural e a economia local."

O projeto combinará duas partes: uma para conservar e desenvolver músicas locais e a outra para estimular o comércio de artesanatos locais.

"As minorias étnicas têm as músicas mais originais. Desde a maneira como é cantada até o som produzido pelos instrumentos musicais. Estou encantada por ela," descreveu Dadawa.

Junto com outros dez músicos do mundo, Dadawa vai visitar Xinjiang, Qinghai, Tibete, Yunan e a Mongólia Interior para coletar amostras de músicas e reproduzi-las. "Músicas boas devem ser escutadas pelos ouvintes de hoje em vez de ser postas em museus," disse a embaixadora.

Já para promover os artesanatos locais, Dadawa ficou apaixonada por vestuários de minorias étnicas e se veste com as roupas muito originais.

Ela afirmou que, durante sua viagem, coletou muitos produtos feitos à mão, desde assessórios a artigos de decoração para casa.

"Comprei um grande número de produtos feitos à mão. A meu ver, são muito encantadores e confortáveis. Por que não divulgar estes produtos para que mais pessoas possam comprá-los? E a população local pode ter mais renda para resolver seu problema de pobreza."

Para as celebridades de hoje, os trabalhos filantrópicos já são quase parte do emprego, como caminhar em tapetes vermelhos. Elas começaram a ser ligadas à prevenção de violência doméstica, cura de câncer e proteção das terras da construção moderna.

Para Dadawa, seu título novo é uma honra e ela quer conscientizar o público sobre suas causas atuais. "Ele (o título) tem um impacto sobre as pessoas que o virem," disse ela.