O artigo intitulado "A Prática é o Único Critério para Verificar a Verdade", publicado em 1978 no jornal Diário Guangming, iniciou a discussão nacional sobre o critério de verificação da verdade, uma preparação ideológica e teórica para a aplicação da política de reforma e abertura na China. O então redator do Diário Guangming, Wang Qianghua, é um dos inteletuais que contribuíram para a publicação do artigo.
Texto sofreu dez revisões
Em 1977, Wang Qianghua participou de um simpósio acadêmico realizado na cidade de Nanjing, no leste da China. Na sala de reunião, ele notou Hu Fuming, professor de filosofia da Universidade de Nanjing, que sustentou a importância da força de produção. Sua opinião foi gravemente criticada por outros acadêmicos, que eram dominados pela chamada teoria "Dois Desde Que (Desde que sejam decisões tomadas por Mao Zedong, toda a população deve mostrar seu apoio; Desde que sejam instruções dadas por Mao Zedong, a população deve respeitar e seguir firmemente)".

Wang Qianghua recorreu a Hu Fuming e convidou-o a escrever matérias sobre a liberação da força do pensamento. Assim, saiu o artigo "A Prática é o Único Critério para Verificar a Verdade", que entrou na primeira página do Diário Guangming do dia 11 de maio de 1978, depois de ser revisado dez vezes. O texto criticou a teoria "Dois Desde Que" e justificou que a prática é o único critério para verificar a verdade.
A matéria foi transcrita logo depois na íntegra pela Agência Xinhua e pelo Diário do Povo, dois veículos nacionais de prestígio.
A verdade precisa ser verificada pela prática
A Revolução Cultural, lançada pelo ex-presidente chinês Mao Zedong, trouxe danos enormes à população chinesa no sentido ideológico. Apesar de o caos ter terminado em 1976, segundo Wang Qianghua, os chineses ficaram ideologicamente perdidos. O texto chamou a atenção de Deng Xiaoping, que manifestou na reunião militar realizada no dia 2 de julho de 1978 o pleno apoio à opinião e pediu a "quebra do jugo espiritual e a liberação da força do pensamento". A 3ª plenária do 11º Comitê Permanente do Partido Comunista da China (CCPCCh), promovida em dezembro do mesmo ano, confirmou novamente a importância histórica desta matéria em promover a liberação da força de pensamento dos chineses. Também nesta reunião, o país definiu a adoção da política de reforma e abertura.
Testemunha do processo de liberação da força de pensamento
Wang Qianghua testemunhou pessoalmente o processo de liberação da força do pensamento na China. Wang trabalhou no jornal Diário Guangming entre 1953 e 1987. Assumiu depois o cargo de vice-diretor da Administração Nacional de Imprensa e Publicações. Em setembro de 1993, Wang foi à cidade de Shenzhen, onde estabeleceu o jornal Diário da Abertura. Aposentou-se em 2004, quando tinha já 71 anos.

"A liberação da força do pensamento significa a correção de qualquer conceito que possa impedir o desenvolvimento científico. As mudanças ocorridas nestes trinta anos na China mostram que o país escolheu um caminho correto", frisou Wang.
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