O compositor chinês Guo Wenjing foi apontado pelo jornal The New York Times como "o único músico chinês que conseguiu fama mundial sem viver no Ocidente por muito tempo".
Guo, de 52 anos, é natural do município central de Chongqing, que pertencia antes de 1997 à província de Sichuan. As produções da primeira fase de sua carreira profissional são quase todas ligadas à sua terra natal. "Minhas primeiras produções são relacionadas a rios e montanhas de Sichuan. De fato, através deles, pretendo mostrar o espírito da população local e o meu próprio sentimento", disse Guo.
Guo Wenjing passou sua infância e adolescência na "Revolução Cultural". Apesar de não ter recebido uma educação sistemática, ele guarda muitas memórias felizes dos dias em que corria nos campos. Guo começou a aprender a tocar violino aos 12 anos. Passou, depois, a se interessar pela composição. Em 1973, ingressou em um grupo artístico de ópera de Beijing, em Chongqing. Toda esse conhecimento permitiu que ele fosse admitido em 1978 pela Faculdade de Composição da Academia Central de Música, em Beijing.

Quatro anos mais tarde, quando Guo terminou seu curso, a música pop vinha conquistando espaço no mercado. Guo, no entanto, persistiu na produção de músicas clássicas. Em 1993, concluiu a ópera Diário de Um Louco, adaptação da obra do famoso escritor chinês Lu Xun, que narra a história de um rebelde da sociedade feudal. A peça, interpretada pelos melhores atores da Europa, fez um tremendo sucesso em oito países.
Guo Wenjing é agora professor da Faculdade de Composição da Academia Central de Música. Suas produções são bem procuradas nos festivais artísticos internacionais e concertos. Segundo os críticos europeus, Guo produz conforme seus sentimentos, sem preocupação com a expectativa que o Ocidente tem da cultura chinesa. "Eu, particularmente, não levo em consideração o gosto dos críticos. Prefiro compor o que eu quero", admitiu Guo.
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