Dezenas de lamas expuseram sábado um grande Tangka de seda, no monastério Zhaibung no Tibet, marcando o início do festival religioso de Shoton, que, segundo as autoridades do turismo locais, será uma importante atração turística para contribuir a reavivar o setor nesta região.

Centenas de budistas e turistas foram a este lugar histórico para participar da cerimônia do Tangka.

Esta lamaseria, situada nos subúrbios de Lhasa, capital do Tibet, foi reaberta terça-feira passada ao público pela primeira vez desde os distúrbios de 14 de março.

O número de turistas no Tibet se reduziu drasticamente depois dos incidentes violentos de março, mas o prefeito de Lhasa, Doje Cezhug, destacou que o governo municipal promete tornar o festival em um evento para a promoção do turismo e do comércio da região.

"Shoton se tornou uma plataforma para mostrar a civilização e a cultura tibetanas ao mundo", indicou Doje.

O Tangka de mil metros quadrados, com a imagem do Sakyamuni, ou Gautama Siddhartha, fundador do Budismo, foi pendurado na encosta de uma montanha atrás do monastério. Os lamas sopraram chifres, tocaram címbalos e cantaram cânticos.

A lamaseria Zhaibung foi a última em Lhasa que reabriu aos turistas depois dos distúrbios. Um total de 300 monges de Zhaibung trataram de manifestar-se no centro da cidade antes do caos, junto a monges de outros templos, mas a polícia conseguiu frustrar seu propósito.

"Todos os atos religiosos interrompidos por causa dos distúrbios foram retomados", disse Ngawang Dongjue, diretor administrativo do templo.

Casa de mais de 1.200 lamas, este monastério da seita Gelukpa foi construído em 1416 e cobre 200 mil metros quadrados. É uma das maiores lamaserias do Tibet.

A exposição do Tangka marca o início do Festival de Shoton, que em tibetano significa banquete de iogurte.

Mais de 300 mil residentes locais e turistas participaram no ano passado da inauguração deste festival, de uma semana de duração.