Nasceu em Gongxian, na província de Henan. A vida de Du Fu foi diferente da de Li Bai. Conheceu a infelicidade ao longo de toda a sua vida. Aos vinte e um anos foi à capital Chang´an, para participar nos exames imperiais, mas não foi aprovado. Abandonou a capital e viajou por vários lugares, durante oito ou nove anos. Só aos quarenta e três anos de idade, obteria um cargo insignificante. Em 759 retirou-se para uma região que, mais tarde, foi assolada pela fome e pela miséria. Decidiu partir com a família para Chengdu, onde, sob a proteção do governador seu amigo, conheceu uns anos de paz.

Du Fu morreu em 770 no decurso da viagem para a sua terra natal.

Du Fu não possuía o génio de Li Bai - os seus poemas são muito trabalhados. Como a fome e a guerra o perseguiram durante toda a vida, os seus temas são também mais realistas. O maior mérito da sua poesia consiste em descrever a sociedade do seu tempo, em particular a tristeza, o desespero e a miséria do seu povo.

Subindo às alturas

O vento cortante, o céu alto, os macacos rugem lamentos,

Na pequena ilha límpida de areia branca, os pássaros voam, voltam em círculos.

O assobio ilimitado das folhas que caem,

O rio Yangtzé infindável que se aproxima, rolando.

Sou o viajante da distância infinita do triste Outono,

Cem anos, muito doente, só, subo ao terraço.

Na adversidade, no ódio amargo, abundam cabelos brancos,

Infeliz, no pavilhão novo, com um copo de vinho turvo.