Os sementes de milho de uns 8 mil anos de Antigüidade, as mais antigas do mundo foram descobertos arqueólogos chineses em 2005, nas pradarias da Região Autônoma da Mongólia Interior, Norte da China.
O descobrimento de numerosas sementes de milho carbonizadas em Xinglonggou, na cidade de Chifeng, tem modificado a teoria que tinham até a data, segundo a qual este alimento (base da dieta do norte da China na Antigüidade), teve sua origem no vale do rio Amarelo, declarou o investigador do Instituto de Arqueologia da Academia de Ciências Sociais da China Zhao Zhijun.
Segundo explicou o especialista, a prova do Carbono 14 mostra que as sementes pertenciam ao período entre 7.500 e 8.000 anos, e mantém algumas características do estado silvestre.
As descobertas arqueológicas indicam que os cereais que compõem a dieta básica do ser humano, como o trigo, a cevada, o arroz e o milho, se originaram há entre 8.000 e 10.000 anos.
O investigador precisou que a China tem dois centros de origem agrícola; a região Sul teve o arroz como seu cultivo principal e a região norte, o milho.
Durante os últimos anos, círculos acadêmicos nacionais e internacionais têm investigado na profundidade a origem do arroz, e a origem do cultivo de terreno seco no norte da China não atraiu a mesma atenção dos investigadores, afirmou Zhao.
Sem embargo, arqueólogos da Grã-Bretanha e Canadá tem mostrado grande interesse no novo descobrimento.
Zhao explicou que muitos especialistas crêem que a investigação sobre a origem e extensão do cultivo do milho pode oferecer nova informação sobre os intercâmbios entre as civilizações antigas entre o Oriente e o Ocidente.
A teoria mais divulgada defende que este tipo de intercâmbio se remonta a um tempo mais antigo que a Rota da Seda, rota comercial entre a Ásia e a Europa existente há uns 2.000 anos.
Alguns estudos indicam que há entre oito e dez milênios uma antiga tribo nômade atravessou as vastas pradarias da Euro-Ásia, ajudando a promover os intercâmbios entre as civilizações antigas.
As sementes de milho se encontravam distribuídas principalmente nas áreas do Sul da antiga pradaria euro-asiática, e o novo descobrimento se produz no extremo oriental desta pradaria, disse Zhao, quem concluiu que a descoberta permitirá obter novos dados sobre a origem e a via de transmissão deste cultivo.
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