Li Bai - 701-762
Nasceu em Shujun, na atual província de Sichuan. Gabou-se, na sua própria obra, de ser descenente do general Li Guang, vencedor dos Hunos na época do imperador Wudi da dinastia Han.
Li Bai era um homem de forte personalidade e gozava da reputação de improvisar versos sobre qualquer assunto, sobretudo se estava alegre devido ao apreciado vinho de arroz. Acreditava na imortalidade e era adepto do taoismo. Li Bai recusou-se a seguir a via normal dos mandarins e optou por uma vida de boémio e de vagabundagem. Por volta dos quarenta anos de idade foi apresentado ao imperador Xuanzong, que apreciou o talento do genial poeta e, desde então, conseguiu conquistar os favores desse imperador, tornando-se membro da Academia Imperial em Chang´na. De vez em quando compartilhava as refeições do imperador. Até a mais favorita das concubinas Yang molhava a pedra de tinta para os anotar, quando o poeta improvisava versos.
Um dia, ébrio, subiu à cama imperial e pediu a Gao Lishi, eunuco muito influente do palácio imperial, que lhe descalçasse os sapatos. O eunuco obedeceu, uma vez que o imperador estava presente, mas guardou-lhe um rancor mortal. A partir de então, passou a difamar Li Bai perante a concubina Yang. Esta, por seu turno, também não estava contente com o poeta, devido ao seu comportamento. Implicado durante a revolta de An Lushan, foi condenado ao desterro.
Segundo a lenda, Li Bai afogou-se no rio numa noite em que estava embriagado, ao tentar apanhar o reflexo da lua.
Li Bai, poeta de inspiração irrequieta, escreveu com grande facilidade versos intensos e fluentes. A sua poesia atinge os extremos do refinamento, graciosidade e grandeza. Os temas são, em geral, clássicos, mas os favoritos estendem-se desde a lua e o vinho até à graça feminina, ao amor, à guerra, à fuga do tempo, à beleza da Natureza, temas que tratou com veia, originalidade e maravilhosa mestria.
Foi um dos maiores poetas da China.
No terraço Sutai vejo o passado
Velho jardim, no terraço em ruínas, os salgueiros renascem,
As cantigas das colheitas, cantadas sem ensaio, não são iguais às da Primavera.
Agora, apenas existe, a oeste, a lua do Rio,
Que outrora brilhou para as damas do palácio do rei Wu.
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