Handan, cidade situada no centro da atual província do Hebei, era a capital do reino Zhao no período dos Reinos Combatentes. O povo de Handan era famoso pela sua maneira de caminhar, pois todos - homens e mulheres, velhos e crianças - andavam com passos ligeiros e excepcional elegância.
Um rapaz de Wuling, do reino Yan, detestava o andar dos seus conterrâneos, que se baloiçavam sobre os seus pesados passos. Decidiu então ir a Handan, para aí aprender a andar como a gente de lá.
Atravessou rios, subiu e desceu montanhas, até que, finalmente, chegou a Handan, onde logo se encantou com a graciosidade do andar do povo local: levantavam um pé para dar um passo, estendiam então a mão, e assim sucessivamente, demonstrando, em cada gesto, uma refinada civilidade.
O rapaz apressou-se, portante, a iniciar a sua aprendizagem. Porém, ninguém imaginava que uma coisa aparentemente tão simples se revelasse, na prática, tão difícil. Quanto mais se esforçava por aprender, mais constrangido se sentia. "Era necessário esquecer a antiga maneira de andar e iniciar tudo de novo", pensava o rapaz.
O esforçado rapaz calculava a distância de cada passo da gente de Handan, a altura a que erguiam os braços ao baloiçá-los a andar... Mas em vez de aprender os magníficos gestos dos homens de Handan, esqueceu-se até da sua própria maneira de andar ? não aprendeu o novo e esqueceu o velho: já não sabia andar!
Ao deixar o reino Zhao, de regresso ao reino Yan, só conseguia caminhar com os quatro membros, como um cão ou um gato.
Desta história nasceu o provérbio Aprender a andar em Handan, para ridicularizar a imitação mecânica de pessoas ou coisas.
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