Anônimo - C. 100 d. C?
O poema que se segue é um dos dezenove de uma pequena coletânea de Gushi, "Antiga poesia", cujos autores são anônimos. São poemas de cinco caracteres em cada linha (verso pentassilábico), que floresceram antes e depois da época de Jian´an da dinastia Han do Leste(25-220). Os temas são desterro, exílio, abandono da mulher, separação do amigo, viver e morrer for a do país natal, sofrimentos que se manifestam constantemente na poesia desta época turbulenta. Cada palavra é oiro, cada poema é obra-prima, que teve enorme influência nos poetas posteriores. Além dos poetas célebres da família Cao da época de Jian´an, havia também sete poetas de renome intitulados "Sete poetas do período de Jian´an" que, com elegância e habilidade, praticaram os "versos pentassilábicos". Como peosia, pode dizer-se que os anônimos são os melhores poemas compostos em "redondilhas menores" na poesia chinesa.
Anônimo
Andando, andando, andando sem parar,
Ambos vivemos separados.
A distância entre nós não tem fim,
Cada um fica num extremo do céu.
O caminho é arriscado e longo,
Voltamos a ver-nos - quem o dirá?
O cavalo tártaro fia-se no vento norte,
O pássaro do Sul tem o ninho nos ramos austrais.
Os dias em que nos separámos estão já longe,
Os dias de me vestir e calçar estão lentos.
A nuvem, flutuando, encobre o sol claro,
O homem, errante, renuncia ao regresso.
Pensando em ti, torno-me velho,
Os anos são, de repente, já morosos.
Deixá-lo! Não falo mais de mim...
Esforça-te por comer mais!
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