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A vontade das massas é um baluarte
2008-05-09 14:29:12    cri

O rei Jing, do reino de Zhou, só pensava em divertir-se, e não se preocupava com os sofrimentos do povo.

No ano de 542 a .C., encontrou um meio para aumentar a sua riqueza: suprimir as pequenas moedas que estavam em circulação e cunhar moedas grandes para as substituírem.

O ministro Shan Mu Gong, preocupado com as condições de vida do povo e com o destino do reino, dirigiu-se ao palácio real para tentar levar o rei à razão:

- Não procedais dessa forma, Majestade! Abolir as moedas pequenas e cunhar grandes prejudicará o povo; e quando este se vir pobre e sem os recursos necessários à sua sobrevivência, fugirá...

Impaciente, o rei Jing não lhe deu ouvidos:

- Que me importa isso ? - disse ele.

- Não faleis assim, Majestade, disse Shan Mu Gong ainda mais emocionado. O nosso reino não é rico, e Deus não cessa de nos castigar com calamidades naturais. Como poderemos nós pensar em criar mais desgraças para o nosso povo?

Shan Mu Gong continuava a tecer as suas considerações, quando o rei o interrompeu, ordenando:

- Continuem a cunhar a moeda!

Com a circulação das moedas grandes, o rei conseguiu amealhar uma enorme fortuna à custa do povo.

Dois anos se passaram, e então o rei teve uma outra ideia: confiscar todo o cobre do país para com ele fazer dois grandes sinos. Mais uma vez o ministro Shan Mu Gong o aconselhou:

- Com a substituição das moedas, o povo sofreu grandes prejuízos. Agora, a fundição do cobre para os sinos esgotará a riqueza do reino. Além disso esses sinos, embora sejam os maiores de sempre, jamais soarão em harmonia com o resto da orquestra.

O rei Jing, não quis saber do que lhe dizia o seu ministro, e ordenou:

- Continuem a fundir o cobre para os sinos!

No ano seguinte, os dois enormes sinos estavam concluídos, e o rei, para humilhar o ministro Shan Mu Gong, ordenou que os músicos os tocassem. Ao ouvi-los, disse triunfantemente a outro ministro, de nome Zhou Jiu:

- Que harmoniosa é esta música!

Acontece que, como Shan Mu Gong, o ministro Zhou Jiu também se preocupava com a vida do povo, e respondeu ao rei:

- Não digais isso, Majestade. Seria harmoniosa se o povo estivesse satisfeito com a fundição desses sinos. A vontade das massas é um baluarte, a boca do povo derrete o ouro: quando o povo apoia, tudo é sólido como um baluarte; quando o povo não aceita, qualquer coisa se derrete, mesmo que seja dura como o ouro.

O rei deixou de se vangloriar.

Desta história ficou o provérbio A vontade das massas é um baluarte, para dizer que, se todos estão unidos, se pode fazer o que quer que seja. Em certos casos, o provérbio tem o significado de A união faz a força.

 
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