Até dia primeiro de abril, 600 museus chineses já tinham deixado de cobrar entrada, anunciou o Ministério da Cultura. O número deve subir a 1400 até o próximo ano. O governo investiu pesado para apoiar a medida e satisfazer à demanda por cultura.
Os museus chineses já ofereciam acesso gratuito para uma pequena parcela da população, como estudantes e idosos. Em março de 2007, a cidade de Shenzhen, no Sul do país, foi a primeira a anunciar o fim da cobrança de ingresso em seus museus. Em junho do mesmo ano, a província de Hubei, no Centro da China, permitiu também o acesso gratuito ao Museu de Hubei, onde estão preservados mais de 200 mil artigos culturais.
A medida foi muito bem recebida pela população. No Museu de Hubei, o repórter da CRI entrevistou Zhang Wu, operário licenciado do seu posto de trabalho.
"O ingresso custava 30 yuans. Agora a entrada gratuita oferece uma oportunidade para as crianças das famílias com dificuldade financeira desfrutarem dos recursos públicos".
Segundo o vice-ministro chinês da Cultura, Zhou Heping, os governos central e locais vão dar mais apoio financeiro às medidas nessa área.
"O governo central vai destinar 1,2 bilhão de yuans para que os museus passem a ser abertos gratuitamente ao público".
No caso da província de Hubei, o governo local injeta anualmente 30 milhões de yuans em subsídios para os ingressos e o funcionamento dos museus. A prefeitura de Beijing, por outro lado, coloca 100 milhões de yuans por ano no setor.
Para o vice-diretor da Administração do Patrimônio Cultural, Zhang Bo, o processo exige que a administração dos museus e das instituições culturais atinja a um novo nível.
"A capacidade e o nível de prestação de serviços dos museus precisam ser elevados o mais rápido possível, pois o fluxo de visitantes deve subir significativamente. Os equipamentos de segurança, o sistema administrativo e a qualidade de serviço são fatores essenciais".
Desde dia 28 de março, os 29 museus de Beijing integraram também o contingente. O diretor da Administração do Patrimônio Cultural de Beijing, Kong Fanshi, se disse preocupado com os problemas que podem surgir devido ao atraso de serviços do setor museológico. Por isso, seu órgão preparou vários projetos para enfrentar as possíveis situações causadas pelo aumento do número de visitantes.
"Nossa maior preocupação reside no impacto provocado pelo aumento súbito de visitantes ao ambiente de museus e na segurança do acervo e dos indivíduos. Para evitar incidentes, adotamos a visitação marcada e reforçamos a participação dos guardas".
Ainda de acordo com o diretor chinês, a Administração do Patrimônio Cultural promoveu treinamento especial para os funcionários de museus lidarem com situações de emergência, além de divulgar os meios de marcar a visitação por telefone e internet.
No Museu da Capital, o repórter da CRI entrevistou o universitário inglês Andrew Padacides. Ele agendou pela internet uma visita em grupo e se disse satisfeito com as instalações e o serviço do museu.
"Acho muito legal. As instalações são modernas e há muitas coisas para ver. Estou aqui para conhecer os patrimônios e arquiteturas chinesas. As placas de orientação em inglês facilitam muito".
Muitas agências turísticas começam a incluir a visitação de museus a seus pacotes. Li Guanying, da Agência Takpo, de Hong Kong, disse que seus grupos de visitantes são formados por estudantes. A visitação a museus já é o programa indispensável de seus pacotes.
"Eles têm muito interesse em visitar museus. Em Hong Kong, não há museus deste porte. As novas gerações em Hong Kong não têm muito conhecimento sobre a história da China, por isso eles têm muita curiosidade".
Segundo o vice-diretor do Museu da Capital, Han Yong, a prioridade do trabalho é a elevação da qualidade do serviço e a ampliação de visitantes assíduos.
"Muitos diretores acham que pode haver uma queda do número de visitantes daqui para a frente. Por isso queremos promover exposições de alto nível, a fim de criar um grupo de visitantes assíduos".
Durante os Jogos Olímpicos, a serem realizados em agosto próximo, turistas e esportistas devem invadir museus de Beijing para conhecer a cultura chinesa. O diretor Kong Fanshi disse que os museus da Capital estão bem preparados para receber visitantes nacionais e internacionais.
"Acredito que somos capazes de receber tantos turistas na temporada olímpica. As instalações de segurança são uma boa garantia. Ao mesmo tempo, os preparativos estão em bom andamento".
Os especialistas mostraram preocupações com a mudança de temperatura e umidade nas salas de exibição provocada pelo aumento de número de visitantes. Quanto a isso, vários museus definiram o número máximo que podem receber diariamente.
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