Quando uma mulher é muito ciumenta e se enfurece à toa com o marido, os chineses costumamutilizar o provérbio Ruge a leoa do Leste do rio para a descrever.
O provérbio tem origem nuns versos do grande poeta da dinastia Song, Su Shi.
Além de poeta, Su Shi foi um destacado político, tendo-se oposto às reformas levadas a cabo pelo então primeiro-ministro, Wang An-shi, que era também poeta. Por este motivo, foi mandado encarcerar pelo imperador, só recuperando a liberdade no ano de 1082. Foi então nomeado para um cargo insignificante no distrito de Huang Zhou, mas nem por isso perdeu o seu humor e o seu optimismo. Gostava de passear em companhia dos amigos pelos recantos históricos e de contar anedotas.
Um grande amigo seu, Cheng Zao, que se dizia "monge da colina-dragão", gostava imenso de receber visitas em sua casa, e a sua hospitalidade atraía muitos amigos, que ficavam a conversar até altas horas da noite.
No entanto, a mulher de Cheng Zao era ciumenta, e enfurecia-se com frequência, especialmente se se encontravam presentes cantoras, como era vulgar naquela época. Nessas ocasiões, desatava aos murros à parede contígua à sala em que se encontravam os convidados, e gritava tanto que estes eram obrigados a retirarem-se.
Su Shi escreveu, a este propósito, um poema humorístico, em que focava o seu amigo Chen Zao:
Coitado do monge da colina-dragão!
Explana sobre o budismo pela noite adentro.
Ruge de repente a leoa do Leste do rio:
Perde o fio à conversa e fica perplexo.
Ainda hoje o provérbio Ruge a leoa do Leste do rio é citado com frequência em obras literárias, além de ser muito usado entre os intelectuais.
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