Curtindo a produção
Sendo diretor de cinema, Wang Quan´an queria expressar suas idéias sobre o ambiente e as pessoas em sua volta, além de curtir a produção. Para ele, muitos diretores têm produzido filmes com orçamentos milionários, mas nunca produziram um filme que satisfizesse a si próprio. Ele mostrou a preocupação de perder alguma coisa com o aumento de sua produção, por isso, optou-se por fazer filmes de arte. Declarou-se otimista com o status quo dos filmes de arte e disse: "Os espectadores chineses amadureceram, o que me surpreendeu. O mais importante para os filmes desse gênero é ter os interlocutores. Os intercâmbios amadureceram".
Desde a produção da História de Ermei, Wang Quan´an organizou uma equipe internacional. Yu Nan, atriz protagonista de seus filmes, fala inglês e francês fluentemente e acumulou experiências de trabalho com diretores estrangeiros. Wang Quan´an afirmou: "Às vezes, eles me fornecem uma sensação única. Eles apresentam reações sensíveis aos temas a que estou acostumado e mantêm a calma ou uma atitude objetiva frente às coisas que representam as fortes emoções para mim, o que me ajuda bastante." Lutz Reitemeier, alemão, é fotógrafo da História de Ermei e do Casamento de Tuya. A parceria com Wang começou depois de assistir ao seu filme Eclipse da Lua. Wang Quan´an frisou: "Ele, diferentemente de muitos fotógrafos chineses, presta maior atenção aos alvos que filmamos do que aos próprios trabalhos de filmagem. Tranqüilo, Lutz faz com que o filme obtenha um efeito equilibrado e harmônico entre as cenas e o enredo".
Para algumas mídias domésticas, as produções de Wang voltam-se principalmente para os festivais internacionais. Wang Quan´an se justifica: "Os festivais de cinema constituem importantes plataformas através das quais os filmes despertam a atenção mundial, caso contrário, os filmes dos países do Terceiro Mundo quase não teriam a oportunidade de ser conhecidos pelos países desenvolvidos. Para os filmes chineses, participar ou não participar dos festivais internacionais não é o problema. A questão, de fato, é saber se poderemos ou não participar, e em poder ou não conquistar alguma ´safra´ quando chegarmos lá. Por isso, a exibição de filmes chineses nos festivais internacionais ainda é limitada e não exagerada". Os festivais internacionais incentivam, suportam e até influenciam a produção cinematográfica chinesa, na avaliação de Wang. Mas, ele reconheceu que alguns filmes chineses têm fortes vestígios do objetivo de participar dos festivais de cinema. Isso é uma chatice, sentencia.
Para Wang Quan´an, é desnecessário concluir simplesmente que os filmes comerciais e os filmes de arte formam o quadro geral do cinema chinês e nutrem um ressentimento mútuo. A China necessita dos dois tipos de produção, aliás, muito limitados. Wang opinou que o cinema chinês deve mostrar um leque bem mais abrangente de coisas, uma diversidade de elementos e possuir novas diferentes criações.
Atualmente, Wang Quan´an está preparando um filme adaptado do romance Campo de Veado Branco(Bai Lu Yuan), o maior prêmio da literatura chinesa, cuja tiragem superou a casa de um milhão de exemplares. Trata-se de um longa que exibe, "através da história de prosperidade e decadência de duas famílias, o destino da nação, das famílias e dos indivíduos e as vicissitudes da sociedade na primeira metade do século passado." Há 14 anos, o romance não foi adaptado para o filme e telenovela devido ao período prolongado de tempo da história e a complexidade de sua estrutura e das relações entre as personagens. Segundo se informa, Wang Quan´an é convidado para a direção do filme por saber contar a história.
Link:
Filmes chineses que faturaram o Urso de Ouro no Festival de Berlim:
Em 1988, Sorgo Vermelho (Zhang Yimou)
Em 1993, A Mulher do Lago das Almas Perfumadas (Xie Fei)
Em 2006, O Casamento de Tuya (Wang Quan´an)
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