No período histórico Primavera e Outono, Ling Gong, do reino de Jin, foi um monarca extremamente corrupto, e chegava ao ponto de, nas audiências que diariamente concedia, se divertir a lançar bolinhas de barro para cima dos ministros.
Certo dia, Ling Gong decidiu que lhe apetecia comer pata de urso, prato saboroso mas de difícil preparação. Achando-o mal feito, mandou matar o cozinheiro, pô-lo numa cesta e deitá-lo fora.
Vendo o cadáver do infeliz, os ministros Zhao Dun e Shi Ji foram ter com o rei, para lhe fazerem ver as desvantagens de tais atitudes, mas o rei fingiu que não os via. Tornaram outra vez, mas o resultado foi o mesmo.
Só quando os ministros foram adverti-lo pela terceira vez é que o rei levantou o olhar para eles e lhes disse:
- Eu já sei que cometi um erro, e evitarei que se repita.
- Quem poderá dizer que nunca cometeu nenhum erro? O importante é corrigir-se, responderam os dois ministros.
No entanto, Ling Gong não modificou a sua conduta e continuou a mostrar-se corrupto e despótico, acabando por ser assassinado pelos seus súbditos.
O livro intitulado Advertências, obra que data do período da dinastia Han do Oeste, comenta o facto que relatámos nos seguintes termos: Ninguém é santo, raramente se encontra um homem que não cometa erros. O importante é corrigi-los.
Destes registos históricos, resultou o provérbio Ninguém é santo - quem não comete erros?, que é usado para exortar os que cometem erros a corrigir-se.
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