Um antigo ditado chinês diz "Coleciona-se ouro na época de turbulência e jade, no período de prosperidade". Recentemente, com o aumento da riqueza nacional e a melhoria do padrão de vida da população chinesa, a coleção de obras de arte vem se popularizando entre as pessoas comuns.
Na China, o jade é símbolo de bons votos e nobreza de sentimentos, razão pela qual a cultura ligada a essa pedra tem sido transmitida ao longo das gerações.
O jade de Hetian, da Região Autônoma da Etnia Uigur de Xinjiang é considerado um dos melhores do mundo. O Museu de Jade Branco de Xinjiang, fundado pelo escultor de jade Ma Xuewu, reúne mais de 3.000 peças produzidas desde o período neolítico. Ma Xuewu disse:
"Essas peças de jade me agradam. Eu montei tudo neste museu, inclusive o carpete e a escolha da cor das paredes. Para mim, o jade de Hetian representa uma cultura, que remonta a seis ou sete mil anos. Mas é uma pena que os chineses ainda conhecem pouco sobre ele".
Ma sabe o que diz. Durante o período neolítico, há cerca de seis mil anos, no Noroeste e na região ao sul do Rio Yangsté, já se desenvolveu uma produção do jade de alta qualidade. Para os Hans, o jade absorveu o néctar do Céu e da Terra. Sua produção atingiu ao auge há 200 anos, durante o reinado do quarto imperador da dinastia Qing, Qianlong, conhecido também por ser "louco por jade". Ele produziu, ao longo da vida, mais de 800 poemas louvando a pedra, sendo o maior colecionador na época.
A responsável pelo Museu de Jade Branco, Zhang Ruilan, explicou o motivo pelo qual colecionar jade virou moda na China.
"A mina de jade em Hetian estende-se por 1.500 quilômetros. O material é utilizado até para a confecção de medalhas dos Jogos Olímpicos de Beijing, a serem promovidos em 2008".
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Beijing terão jade no seu reverso, sendo uma combinação perfeita da civilização chinesa com o espírito olímpico. Segundo Zhang, as Olimpíadas contribuíram muito para a ampliação do contingente de colecionadores de jade. O recurso limitado, por outro lado, constitui um outro fator que provocou o fenômeno.
"A exploração de jade em Hetian existe há mais de 6.000 anos. Agora o país explora anualmente 300 toneladas de jade. Como o recurso não é renovável, seu valor se torna, sem dúvida, cada dia mais elevado".
O preço de jade de Hetian subiu cem vezes em comparação ao de dez anos atrás. Ao falar nisso, o colecionador Pu Sang, disse emocionado:
"Há dez anos, quando tinha vinte anos, passeava nas minas de jade com meu irmão e amigos. Foi a primeira vez que vi o jade bruto. Recolhemos muitos pedacinhos na beira do rio, ao sopé da montanha. Com o correr das águas durante milênios, eles tornaram-se tão lisos como seixos. Selecionamos vários e jogamos os outros no lixo. Agora me arrependi muito".
A jadeíta é outro tipo de jade bem aceito entre os colecionadores. A imperatriz Cixi, era apaixonada por este material precioso. A vice-gerente da loja "Yunnan de Sete Cores", vendedora de jadeíta, Dong Lisha, falou:
"A coleção de jadeíta começou na dinastia Qing. Até então, o jade branco prevaleceu no mundo das obras artísticas chinesas. A jadeíta chegou à Capital através do Yunnan e a imperatriz Cixi se apaixonou tanto por ela que ordenou que os funcionários provinciais pagassem tributo com jadeítas".
Em virtude da crescente demanda do mercado, os leilões de jade viraram moda no país. Zhang Haixiang, gerente de uma casa de leilões, contou:
"Focalizamos o mercado de jade e mantemos um resultado bastante estável nas vendas. As obras que leiloamos possuem vantagem em termos de preço. Reservamos assim um espaço para sua valorização".
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