A colheita de cereais
Os camponeses sempre a trabalhar a terra,
no mês de Junho, fadigas redobradas.
Quando, a noite, sopra o vento Sul,
espigas douradas juncam os valados.
Esposas, filhas carregam cestos de arroz,
crianças, meninos levam potes de aguardente.
Uma longa fila de comida para os camponeses,
essa brava gente labutando na encosta sul,
os pés queimados pela terra fumegante,
as costas abrasadas por um sol dardejante.
Apesar da canícula, exaustos, continuam trabalhando,
lamentando ainda a brevidade do longo dia de verão.
As pobres mulheres, os filhos puxando-lhes a saia,
com a mão direita recolhem restos de espigas caídas,
com a mão esquerda lançam-nas em velhos cestos gastos.
Posso ouvir a fala, os queixumes dos camponeses e suas palavras enchem-me de tristeza.
Pagam os impostos com o grão de toda uma colheita comem restos de espigas para não morrer de fome.
Eu, que nunca lavrei a terra, jamais criei bichos da seda, arrecado, anualmente, seiscentas arrobas de arroz,
no fim do ano as tulhas ainda cheias de cereal.
Penso, sinto indignacSo, vergonha.
Durante um dia inteiro n5o consigo sossegar.
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