Os irmãos Zhou são dois artistas de renome internacional. Suas pinturas a óleo, esculturas e gravuras atraem a atenção dos críticos. Hoje, vamos conhecê-los.

Zhou Shanzuo e Zhou Dahuang nasceram nos anos 1950 na Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, Sudoeste da China. Sua terra natal, marcada pelas belas paisagens e diversificadas canções folclóricas, possui também a antiga gravura de gruta, denominada "gravura Huashan". Para Zhou Dahuang, as imagens de personagens e animais, com mais de dois mil anos de história, são bem vívidas e espetaculares. Zhou recordou:

"Quando éramos pequenos, nosso pai nos levava ao Rio Ming. No barquinho, víamos as gravuras primitivas nas grutas... Uma coisa fantástica e cheia de ilusão. Seguimos depois o caminho de artes e procuramos sempre uma linguagem artística adequada e tentamos criar o nosso próprio estilo. De repente, reparei que essas imagens eram bastante fortes para nos recordar".

De acordo com Zhou Dahuang, os costumes e as tradições da terra natal tiveram um peso-pesado na formação do seu espírito artístico. A partir da década de 80 do século passado, uma parte de obras dos irmãos Zhou começou a se destacar no Continente. Em 1986, os dois tomaram uma decisão corajosa: estudar as técnicas e os fundamentos da pintura ocidental nos Estados Unidos. Naquele ano, Shanzuo tinha 34 anos, e Dahuang, 29 anos.

Não é fácil para qualquer artista firmar seu próprio estilo. Os irmãos Zhou não procuraram lisonjear o setor artístico ocidental nem seguiram as ondas internacionais, mas sim absorveram seletivamente o que realmente necessitam. Eles costumam jogar tinta e aquarela num canto do pano enorme e concretizar a pintura com escova. Suas obras abordam personagens humanas, totens ou signos. Desde 1994, os irmãos Zhou começaram a exibir o processo de produção para seus espectadores.

Em setembro passado, promoveram na Galeria Nacional de Belas Artes a exposição "Retrospecto dos Trinta Anos dos Irmãos Zhou" e improvisaram apresentações aos visitantes. O patrocinador da Galeria dos Irmãos Zhou, Nicole Caros, vinha também a Beijing.  

"Venho de Chicago. Acho que as produções deles possuem grande força. São muito legais! As pessoas de Chicago gostam muito deles".

Apesar de irmãos, Shanzuo e Dahuang têm diferentes perfis. O adjunto da Galeria deles, Dara Ola, falou assim sobre suas cooperações:

"Às vezes, Dahuang pinta alguma coisa e Shanzuo vai apagá-la ou reproduzi-la. Acho isso benéfico para o melhoramento e crescimento deles".

A cooperação, segundo Dara Ola, existe há trinta anos. É meio difícil imaginar que duas pessoas com distintas personalidades possam criar uma harmonia tão grande na produção artística. O amigo deles, John Clark, comentou:  

"Nem eu posso imaginar uma cooperação de tantos anos com o meu próprio irmão. Para artistas, é mais difícil aceitar opiniões alheias. Acho que eles têm um laço extremamente forte".

De acordo com os irmãos Zhou, eles procuraram no início uma unanimidade durante a produção, mas perceberam depois que a divergência é muito normal, que pode trazer efeitos inesperados às suas obras. O que se importa, segundo eles, é a atitude para com a arte.

As obras dos irmãos Zhou são bem aceites entre colecionadores ocidentais. Uma peça vale até cinco milhões de dólares. Para os críticos, eles entraram já no topo da lista de artistas da primeira classe mundial. Tudo isso, de acordo com Shanzuo, fugiu de suas expectativas.

"De fato, não esperávamos tantas coisas comerciais. Tudo aconteceu naturalmente. Ambos nós não entendemos muito bem as operações comerciais. Acho que foi a essência de arte que atrai colecionadores de diferentes países".

Empresários, políticos e atores formam os principais colecionadores de obras dos irmãos Zhou. Em 1994, estabeleceram a Fundação Irmãos Zhou para patrocinar pintores e poetas que acabam de chegar aos EUA. Zhou Shanzuo falou:

"A Fundação vem crescendo nos últimos anos. Há pouco tempo, estabelecemos também um centro de artes, que ocupa uma área de nove mil metros quadrados. Pretendemos assim oferecer um palco para os intercâmbios culturais entre artistas chineses residentes nos EUA".