Quando um texto ou um poema é bom ou tem grande valor literário, os chineses enaltecem-no com o provérbio Cada palavra, mil onças de ouro, apesar de muitos dos que o empregam desconhecerem, certamente, a sua origem.

Nos finais do período histórico dos Reinos Combatentes, o príncipe Zi Chu, do reino de Qin, encontrava-se preso, como refém, no reino de Zhao.
Por casualidade, o riquíssimo mercador Lu Bu-wei conheceu-o na época em que estava preso, e logo viu aí uma oportunidade de enriquecer ainda mais: com o dinheiro que possuía e muito ardil, conseguiu salvar o príncipe e levá-lo de volta ao seu reino.

Lu Bu-wei agira acertadamente: Zi Chu era o herdeiro do trono e, ao tornar-se rei, nomeou-o primeiro-ministro, para lhe retribuir o favor. Mas o mercador-aliás, o primeiro ministro Lu Bu-wei - não se contentava apenas com aumentar a sua riqueza, queria também que as suas façanhas passassem à História.
Decidiu então encomendar aos intelectuais a redacção de uma história e, após vários anos de trabalho, a obra, com 26 volumes, foi dada por concluída, sendo hoje a mais antiga obra chinesa - A História Lu Bu-wei.

O primeiro-ministro ordenou então que o livro fosse exposto à entrada da capital do reino, com o seguinte aviso: Quem conseguir modificar uma palavra deste livro será premiado com mil onças de ouro.
Quem teria coragem de corrigir um livro já sancionado pelo primeiro-ministro?
Desta história do comerciante e depois primeiro-ministro Lu Bu-wei, surgiu o provérbio Cada palavra, mil onças de ouro.
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