O setor cinematográfico é um dos setores que mais se beneficiam da rápida expansão econômica chinesa. 

Você ouve agora um trecho do filme recém-acabado Ferrovia Qinghai-Tibet, que exibe a construção da linha ferroviária Qinghai-Tibet, iniciada nos anos 50 do século passado. A obra, que cruza o planalto de 4.000 metros acima do nível do mar, é fruto de trabalho de três gerações de trabalhadores chineses. A falta de oxigênio, a terra congelada e a fragilidade ecológica eram as principais adversidades dos trabalhadores. A maior parte do filme foi rodada no local, e os efeitos especiais concretizados pelo emprego de altas tecnologias mostram cenas de calamidades naturais como terremotos, desmoronamentos de montanha, entre outras.

O filme, financiado pelo governo chinês, integra a lista de produções cinematográficas anuais com abordagem a grandes eventos históricos e heróicas personalidades. O diretor Feng Xiaoning falou:

"O filme faz o público chorar. Deste ponto de vista, conquistei um dos meus objetivos. O filme não tem aquelas coisas burocráticas. Ele revela, de fato, o destino do ser humano, algo nunca vai decepcionar os telespectadores".

A China produz anualmente cerca de 300 filmes, absorvendo investimentos provenientes do governo, capitais privados e estrangeiros. O gerente da Companhia para a Promoção dos Filmes Chineses ao Exterior, Yang Buting, falou:

"O número de cinemas em construção no país segue aumentando. A produção e a projeção digital viraram a nova força motriz do setor cinematográfico nacional e desempenharam um papel bem positivo na ampliação do mercado rural. Os investidores privados têm muito interesse em investir no setor. O governo presta também muita atenção nas infraestrutura, destinando grandes verbas na construção das bases de filmagem e produção, compra de novos equipamento, bem como introdução de altas tecnologias".   

A China começou no começo do século a empregar sistema de circulação no setor cinematográfico. A concorrência acelerou o nascimento de produções com qualidade, como Herói, O Clã das Adagas Voadoras, A Maldição da Flor Dourada, de Zhang Yimou, e o Banquete, Um Mundo sem Ladrões, Celular, de Feng Xiaogang.

Para os críticos, o crescente número de cineastas talentosos favorece a expansão sustentável do setor. Ning Hao, diretor do filme Pedra Louca, é um deles. A produção foi um dos maiores sucessos de crítica e bilheteria do cinema chinês em 2006. Seu elenco não inclui pesos-pesados, enquanto sua rodagem custou apenas três milhões de yuans (US$ 385 mil). O crítico norte-americano, Willmar Andersson, avaliou:

"Fico surpreso por ver esse filme, de Ninghao. Conheci-o há muitos anos e sinto-me muito feliz por ver um filme com estilo tão diferente que os anteriores. A produção é de primeira classe e possui um excelente roteiro. Todos os fatores são importantes".

Apesar dos êxitos obtidos, segundo Yang Biting, o setor enfrenta novos problemas. Alguns diretores famosos conseguem investimentos abundantes, enquanto os da nova geração encontram sérias dificuldades para atrair investidores.

"Podemos dizer que os filmes chineses se encontram numa fase ótima para sua expansão. Mas ao mesmo tempo, devemos ficar conscientes de que o setor não é tão lucrativo como o de alguns países desenvolvidos. O fato leva-nos a procurar maiores cooperações com o mercado exterior".