Começou no dia 20 de setembro o maior evento cinematográfico da América do Sul, o Festival do Rio 2007. Durante 13 dias, serão exibidos mais de 400 filmes, de 60 países. Mas, diferente das edições passadas, o festival deste ano convidou a China como país homenageado, e o público brasileiro pode aproveitar essa oportunidade para assistir a 21 filmes chineses.
Como uma parte importante da programação, a mostra "Foco China" começou no dia 23 no Cine Palácio, atraindo grande público para o primeiro filme chinês exibido no evento. Todos os membros da delegação chinesa e o embaixador da China no Brasil participaram da cerimônia de abertura. Falando sobre o motivo de incluir a mostra chinesa no Festival, a diretora executiva da comissão organizadora, Ilda Santiago, disse:
"Há alguns anos, eu já estava pensando em fazer um foco sobre a China que é um país que tem muita mudança, um país hoje que se desenvolve, que tem um papel muito importante no mundo. E o cinema da China reflete isso, é um espelho dessa diversidade, dessa mudança, é espelho de um país muito dinâmico, muito forte. Então será um grande interesse trazer ao público um Foco China, um painel do que é o cinema chinês hoje em dia."
Ilda ainda disse que uma parte desses filmes são escolhidos pela comissão organizadora, e outra parte é trazida pela delegação chinesa, e todos os filmes são um reflexo da sociedade chinesa.
"A seleção foi feita com todo o cuidado. Os filmes podem refletir toda a variedade, toda a potência e força que hoje a China tem e que representa como um país moderno com possibilidade de mudança, e possibilidade de novas expectativas do mundo."
Os 21 filmes chineses tocam em diferentes temas, "Nó" conta uma história romântica, "Parque" apresenta a vida dos idosos na China, e "Hi Frank" é um reflexo do cotidiano no campo. Entrevistado por nosso repórter, o diretor do Departamento de Cultura, Rádio, Filme e TV da Municipalidade de Shanghai, Mu Duanzheng, disse que os filmes chineses foram escolhidos levando em consideração o bom índice de audiência na China e também os interesses do público brasileiro. Ele mencionou especialmente o filme de abertura da mostra, "Nó":
"O filme que abre a mostra deve ser novo, e também refletir o nível da indústria cinematográfica da China, por isso, para a abertura, nós escolhemos o filme 'Nó' que ganhou o prêmio especial no Festival Internacional de Shanghai este ano e fez muito sucesso com o público chinês."
Infelizmente, por causa do atraso na chegada da cópia, o filme de abertura da mostra teve de ser mudado para "Flor Colorida". O diretor Mu lamentou muito esse imprevisto, mas disse que o mais importante é a apreciação do público brasileiro, seja qual for o filme exibido.
Finalmente na noite do dia 23, o filme "Flor Colorida" agradou ao público, a Sra. Moya disse à nossa reportagem:
"Do filme, eu achei muito maravilhoso e atores muito perfeitos. E a história, para nós, ocidentais, é um pouco difícil para entender os primeiros momentos, mas acho lindo, adorei, e queria ver outra vez."
Na cerimônia de abertura da mostra "Foco China", o embaixador chinês no Brasil, Chen Duqing usou palavras em português a sua linguagem bem-humorada foi muito aplaudida. Ele disse que os meios de contato entre as pessoas se diversificam a cada dia, mas o cinema desempenha um papel insubstituível no processo de contato e intercâmbio. Ele disse ainda:
"Eu acredito muito que, com o cinema, o povo brasileiro vai conhecer melhor a China, a nossa cultura, o nosso povo e o crescimento econômico do país. E da mesma forma, o povo brasileiro pode conhecer melhor o Brasil também através dos seus cinemas, porque o Brasil não é só samba, futebol e café, tem muito mais coisas interessantes!"
Porém, mencionando o intercâmbio cultural entre a China e o Brasil, o embaixador Chen reconheceu que o intercâmbio nessa área entre os dois países ainda é muito fraco, apesar do rápido crescimento de comércio bilateral.
"Já esteve aqui um grupo de dança, até mesmo houve a participação na bienal do livro, mas isso ainda é muito pouco. Então, o comércio entre a China e o Brasil já superou US$ 20 bilhões no ano passado, mas o intercâmbio cultural ainda é muito fraco. Espero que o intercâmbio cultural possa acompanhar o crescimento econômico que se nota entre os dois países."
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