A ópera de Beijing é uma expressão cultural com longa história e profundo conteúdo. Os artistas da Escola de Óperas de Beijing vêm fazendo inúmeras tentativas em evolui-la para esta poder se adaptar aos costumes mantidos pelas pessoas que vivem na sociedade moderna.
Estamos curtindo um trecho da peça Jin Yunu, uma das mais clássicas consideradas por fãs de ópera. O papel feminino Huadan, denominado para mulheres que dominam artes marciais, tem peso pesado neste trecho.
A interpretação da ópera de Beijing é muito exigente. Cada gesto deve respeitar seu padrão. Xu Cui, que dá vida à Jin Yunu, adatou a personagem de uma mulher fraca para uma mulher independente e inteligente.
"Os espectadores aceitam bem a adaptação, pois a nova Jin Yunu, protagonista da peça, possui não apenas a delicadeza, mas também a coragem e a inteligência. Concentro-me em interpretar seu perfil independente", explicou
Zheng Xiangzheng, que dá vida a Mo Ji, marido de Jin Yunu, explicou o que ele sentiu em interpretar o papel.
"Na ópera de Beijing, uma interpretação partindo do coração é essencial. Quando você entra no fundo do papel, deve imaginar que você mesmo é ele ou ela. Isso é uma coisa bem sensível. Ao mesmo tempo, você tem que atuar seguindo o roteiro. E isso não é uma coisa que se faz à vontade".
Apesar das inovações, alguns papéis tradicionais mantêm intactos. Nandan, homem que interpreta o papel feminino, é um deles. Na peça Zhaojun Rumo ao Norte da Grande Muralha, o artista Mou Yuandi é escolhido para interpretar Zhaojun, uma mulher chinesa enviada para se casar com o rei dos hunos, durante a dinastia Han. Mou começou em 1993 a atuar no papel feminino. O trabalho não é fácil, segundo ele.
"O olhar e os movimentos são muito importantes para os homens interpretarem papéis femininos. Por exemplo, nesta peça, Zhaojun monta o cavalo no deserto. Com pouco diálogo, você tem que transmitir tudo através dos movimentos. No momento, há poucos homens dedicados a este trabalho", admitiu Mou.
Em busca do número crescente de espectadores, a Escola de Óperas de Beijing colocou no palco a pedagogia de ópera de Beijing e o ensaio das suas apresentações. A reitora Sun Liuming explicou:
"Nas salas de aulas os professores ensinam com repetição de ritmos e mostra de movimentos corporais. O mesmo movimento pode ser repetido milhares de vezes para os alunos aprenderem. As práticas são indispensáveis nesse processo".
A mostra da pedagogia de óperas tradicionais chinesas provocou frisson quando foi exibida na França, Espanha, Itália, Grécia e Bélgica. Para as mídias ocidentais, ela serve com uma chave de ouro para desvendar os segredos da arte tradicional chinesa.
Segundo a reitora chinesa, sua entidade procurou também utilizar os adereços empregados em outras espécies de óperas, como manga comprida, da ópera Jin.
Entre cerca de 300 óperas chinesas, a ópera de Beijing acumulou mais de mil peças clássicas ao longo das últimas duas décadas. Os artistas chinese estão se esforçando em busca de um novo caminho para sua renascença.
|