Depois da chuva, no lugar de Wangchuan
Depois da chuva, o fumo dos borralhos enlaça o bosque, na panela, legumes cozidos, no fogo, milho assado.
Nos campos, a leste, os homens esperam a merenda.
Sobre o arrozal imenso, uma garça voa, na sombra fresca da floresta, um verdelhão canta.
Procuro a quietude no alto da montanha, como vegetais, olho os hibiscos da manhã, vou colher girassóis cobertos de geada.
Humilde, sou agora igual ao velho camponês.
Porque duvidam ainda de mim as gaivotas.
Manhã, os hibiscos que murcham um dia depois de desabrocharem, simbolizam a transitoriedade da existência humana.
Gaivotas, as gaivotas, sempre associadas ao prazer da liberdade, não receitam os xian, os imortais, mas abominam os homens vulgares.
Na minha casa de Wangchuan
Quase um ano sem viajar para os montes do Leste, regresso na Primavera, no tempo das sementeiras.
A chuva como que tingiu de verde as ervas, molhadas, as pétalas vermelhas da flor do pessegueiro, parecem fogo.
Chagam o monge Yu Lu, mendigo e letrado, e o Velho Corcunda, aldeão e sábio.
Para os receber, visto-me num ápice, calço os sapatos ao contrário, depois conversamos, rimos, à porta do meu lar.
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