Ao pintar árvores na floresta, as mais distantes devem estar dispersas e serem baixas, as mais próximas, altas e frondosas. Se tiverem folhas, os ramos serão delicados, se não existir folhagem, os ramos serão grossos e fortes.
A casca dos pinheiros assemelha-se a escamas de peixe, a dos ciprestes enrola-se em volta do tronco. As árvores que crescem na terra têm os troncos direitos, as raízes fundas, as árvores que crescem na rocha têm formas bizarras e aprecem isoladas.
As árvores velhas, nodosas, estão quase mortas. No inverno, as árvores aparecem despidas, sem folhagem.
Sob a chuva, não se distinguem céu e terra, leste e oeste. Se sopra o vento e não há chuva, o olhar fixa-se nos ramos das árvores em movimento. Mas em tempo de chuva, quando não há vento, as árvores parecem esmagadas, os viandantes usam chapéus de vime e os pescadores, uma capa de palha.
Depois da chuva, esfumam-se as nuvens e aprece um céu azul toldado por ligeira bruma. As montanhas desdobram-se em tons esmeralda enquanto o sol, deixando cair os seus raios oblíquos, surge muito próximo.
Ao pintar a madrugada, as montanhas devem dar a impressão de desejar a luz, o sombreado do nascer do dia mescla-se com as outras cores, há uma leve bruma prateada e a lua esbate-se no céu. Ao crepúsculo, no horizonte dourado do poente, as montanhas parecem agarrar o sol, as velas dos barcos deslizam sobre o rio, os homens afadigam-se no regresso ao lar, as casas têm as portas entreabertas.
Na primavera, a paisagem deixa-se envolver pela bruma e pela névoa, os rios são intensamente azuis, as colinas coloridamente verdes.
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