Hua Xue Pijue
Na pintura, usar a tinta-da-China é a arte, por excelência. Começa-se dando voz à Natureza, conclui-se exprimindo a obra do Criador.
Num quadro com pouco mais de um côvado, podem-se pintar paisagens que se estendem por algumas léguas. O leste e o oeste, o norte e o sul estão lá, como diante dos nossos olhos. A Primavera e o Verão, o Outono e o Inverno nascem do pincel.
Ao separar as águas, é preciso evitar que as montanhas pareçam flutuar. Ao desenhar caminhos que se bifurcam, é preciso evitar o traço demasiado vago. Ao delinear os montes, é preciso destacar o pico principal para o qual de dirigem todos os outros, menos elevados.
Lá longe, onde os montes se entrelaçam, podem-se espalhar algumas casas e em volta da aldeia será bom pintar alguns bosques.
Os ramos das árvores devem esconder os troncos. As águas das ravinas, na montanha, juntam-se numa torrente que se precipita em cascata. As águas das nascentes correm quietas e claras.
O cais fluvial deverá estar quase deserto, os viajantes serão raros. Deve-se salientar o pontão onde atracam os barcos. A harmonia da composição não é alterada pelas barcas dos pescadores que devem ser tenuamente desenhadas.
Entre rochas escarpadas e desfiladeiros abruptos, é conveniente colocar algumas árvores de formas singulares. Onde as encostas dos montes são íngremes e perigosas, não de devem traçar caminhos.
Os cumes longínquos perdem-se nas nuvens, a luz do céu distante confunde-se com a cor das águas. Nos espaços onde se aglomeram os montes, as águas correm em maior abundância. Nas passagens perigosas podem-se colocar paliçadas.
Em baixo, junto a um pavilhão, os salgueiros chorões dão sombra às casas. Nas montanhas mais conhecidas, os templos e santuários estão rodeados de graciosos pavilhões e de cedros de formas estranhas.
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