Recordando sininho dourado
Alquebrado, doente, um homem gasto pela vida.
Era bonita, inocente, a menina de três anos,
Não um rapaz, mas tão mimosa e meiga,
De vez em quando um beijo, apaziguando meu ser.
Um dia, de súbito, arrebataram-na de mim,
A sombra da sua alma pairando na distância.
Recordo minha filha pequenina, pouco antes de morrer,
Balbuciando, sorrindo, aprendendo a falar.
Sim, os laços da carne e do sangue
Trazem sofrimentos e saudades,
Mas consigo acalmar o coração
Imaginando meus dias antes de ela nascer.
Três vezes o Inverno se transmutou em Primavera,
Eu quase havia esquecido Sininho Dourado.
Esta manhã, de novo, uma imensa tristeza,
Ao reencontrar sua antiga ama.
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