Sofrer as angústias antes do povo, gozar as alegrias depois do povo. - Eis uma frase famosa, ainda hoje muito utilizada pelos chineses, do destacado político e poeta Fan Zhong Yan, que viveu durante a dinastia Song.
Fan Zhong Yan (989-1052) perdeu o pai aos dois anos, e passou a infância na miséria. Talvez por isso tenha estudado com grande dedicação. Aos 23 anos, ingressou na academia de Ying Dian-fu. Diz-se que durante os cinco anos que lá andou, para poupar tempo, a sua alimentação diária se reduzia a uma sopa de arroz e dormia vestido.
Após ser seleccionado para um alto posto no governo, continuou a levar uma vida modesta, e nunca deixou de ser honesto.
Quando era governador de Hang Zhou, recomendou muitos intelectuais de talento seus conhecidos para altos postos do governo. Porém, esqueceu-se de Su Lin, também muito talentoso, mas que se encontrava ausente da capital, pois fora enviado em missão de inspecção.
Ao regressar, Su Lin escreveu um poema que entregou ao governador, o seu amigo Fan Zhong Yan. Nesse poema havia a seguinte passagem:
Os pavilhões à beira da água
São os primeiros a ver a Lua.
As flores e as árvores voltadas para o Sol
Encontram a Primavera com facilidade.
Fan Zhong Yan percebeu o descontentamento de Su Lin e recomendou-o imediatamente para um excelente posto.
Os chineses das gerações posteriores transformaram estas palavras de Su Lin no provérbio Pavilhão à beira da água, que se usa relativamente a alguém que, para obter privilégios, abusa das facilidades que lhe são dadas pelo poder.
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