Início do Verão
Pródiga a natureza no início do Verão.
Flores desabrocham, veados brincam na floresta,
Cobras e insectos cirandam pela erva frondosa.
Os pássaros felizes por entre a ramaria,
Os peixes satisfeitos sob plantas aquáticas.
Mas o verão esqueceu alguém, esqueceu-se de mim,
Palha seca abandonada nos confins do mundo,
Carne e ossos solitários em terras distantes,
Sem notícias do meu torrão natal.
Rebeliões continuam a assolar o país,
Tanta angústia e sofrimento, para onde vamos?
Corações cansados, corpos e almas vacilando.
Em Xunyang, bom vinho em quantidade,
Vou encher minha taça, nunca estará vazia,
É barato o peixe do rio Pen,
Vou comer ao almoço, à ceia, cozido e frito,
Arroz, de manhã, no templo da montanha,
Vinho, à tardinha, na ilha do lago.
Porquê esta vontade de regressar à minha terra
Se posso viver aqui até ao fim de meus dias?
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