A calvície
Bai Juyi
De madrugada, um suspiro, os cabelos caindo,
Ao crepúsculo, um suspiro, os cabelos caindo.
Como receei o desaparecer dos últimos cabelos!
Agora não importa, já caíram todos.
Nunca mais o incómodo de os lavar e secar,
Um pente cansado jaz de lado, para sempre,
Nos dias quentes, húmidos,
Não sinto madeixas pesadas na cabeça.
Deitei fora os laços manchados, as franjas poeirentas.
Guardo em jarros de prata a água pura dos regatos
E acaricio o cabeça calva com gotas de chuva,
Baptizando-me na água de lei de Buda.
Agora entendo por que os monges, em busca da paz,
Rapam a cabeça para libertar o coração.
|