Cortar uma árvore
Plantei uma árvore em frente da minha sala,
Cresceu muito, enredaram-se ramos e folhas.
Que pena, os belos montes distantes
Ocultos pela imensa ramaria.
Um dia fui buscar um machado
E, de um golpe, derrubei a árvore.
Caiu sobre mim uma chuva de folhas,
De súbito, assomaram mil picos,
Agora, dispersas névoa e nuvens,
Por horizonte um céu azul-claro
E algum velho amigo esquecido,
De surpresa, chegando de terras distantes.
Deixo-me envolver pela frescura da brisa,
Posso olhar o voo das aves.
Para sudoeste abrem grandes espaços,
Na distância, quedas de água lavam meu coração.
Se não podemos tudo possuir,
Desejamos o que nos dá mais prazer.
Gosto muito da ternura das folhas,
Mais ainda das montanhas azuis.
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