Poema louco para os meus sobrinhos
O mundo despreza quem não sabe ler,
Eu manejo facilmente o pincel
O mundo despreza quem não é mandarim,
Eu tive a sorte de ocupar altos postos.
Tanta vez os velhos com achaques e doenças,
Eu sem motivo para lamentações.
Tanta vez os velhos preocupados, inquietos,
Eu casei os meus, uma boa situação para todos.
Barcos e pernas ainda vigorosos, meu coração em paz,
Há dez anos tranquilo, corpo e espírito.
Agora, velho, algumas poucas coisas me satisfazem,
Uma simples manta para me aquecer no Inverno,
Uma só refeição basta para um dia inteiro.
Não importa se minha casa é pequena,
Para dormir preciso apenas de um quarto.
Para quê possuir muitos cavalos
Se posso montar apenas um de cada vez?
Sete em cada dez pessoas
Com um destino semelhante ao meu,
Talvez nem uma em cada cem
Satisfeita com sua sorte, como eu.
Ajuizando os problemas dos outros, o estúpido vê claro,
Medindo-se a si próprio, o sábio comete erros.
Quem sou eu para julgar quem quer que seja?
Palavras ao acaso, para meus sobrinhos e sobrinhas.
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