As obras de restauração de Angkor, complexo de ruínas das antigas cidades do Império Khmer, do Camboja, entrou em sua fase final. O projeto, que contou com a assistência do governo chinês, está sendo elogiado pela UNESCO e autoridades cambojanas.
Símbolo do Camboja, as ruínas de Angkor foram tombadas como patrimônio cultural mundial pela UNESCO. Ao pedido do órgão, o governo chinês liberou, nos anos 90, verbas especiais e enviou um grupo de especialistas para restaurar o complexo. O trabalho começou com o templo Chau Say Tevoda.
Construído na primeira metade do século XII, o templo Chau Say Tevoda é formado por oito construções, sendo uma das edificações arquitetônicas mais representativas do conjunto Angkor. Sua restauração começou em 1999, após um ano de pesquisas e preparativos. Para o diretor do Centro de Arquiteturas Antigas do Instituto do Acervo Cultural da China, Shen Yang, membro do grupo de restauro, o projeto se reveste de grande importância para o intercâmbio da China com o exterior na área de tecnologias para a proteção do acervo cultural. Ele disse:
"O projeto nos oferece uma excelente oportunidade em termos de troca de experiências e tecnologias afins com o exterior".
Segundo Shen, Angkor virou o palco para os especialistas provenientes de dez países, como França, Índia, Japão, Alemanha e Itália, exibirem seus frutos de trabalho na área de resgate e proteção das relíquias culturais.
O chefe do grupo chinês, Jiang Huaiying, passou os seus últimos dez anos no Camboja. De acordo com ele, diferente da maior parte das arquiteturas chinesas, feitas por madeira, o templo Chau Say Tevoda foi montado por pedras enormes, o que elevou o grau de dificuldade da reforma. Ele disse:
"O maior desafio que encontramos foi definir qual a tecnologia que empregaríamos no restauro. O templo foi construído em grandes pedras, algo diferente dos casos que encontramos no passado, ou seja, restauro de construções em madeira. Admito que nos primeiros anos enfrentamos grandes pressões. No final, decidimos reconstruir o templo com os pedaços de pedra demolidos ao redor do templo. O plano ganhou forte respaldo das autoridades cambojanas".
De acordo com Jiang Huaiying, o grupo de trabalho recolocou cerca de 5.000 peças originais do templo. A iniciativa foi elogiada pela UNESCO. Ao mesmo tempo, o governo cambojano concedeu também o prêmio nacional a Jiang Huaiying e seu colega, Liu Jiang, sub-chefe do grupo de trabalho chinês. Para o vice-diretor da Administração dos Patrimônios Culturais, Dong Baohua, o fato confirmou os esforços empenhados por especialistas chineses. Ele falou:
"Trata-se do primeiro projeto de assistência patrimonial concretizado pelo governo chinês no exterior. A Administração dos Patrimônios Culturais enviou, há pouco tempo, um grupo especial para analisar o resultado final das obras de restauro".
Segundo o funcionário chinês, os intercâmbios na área de patrimônios culturais entre a China e o resto do mundo vêm crescendo rapidamente nos últimos anos. O templo Ta Keo, cuja área de restauro é bem maior que o do templo Chau Say Tevoda, será o próximo alvo do grupo de trabalho chinês.
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