A China possui uma ampla diversidade cultural, embutida na sua civilização de cinco mil anos. A aceleração da industrialização e urbanização, no entanto, ameaça sua existência. A plenária anual da Assembléia Popular Nacional (APN), recentemente encerrada, debateu intensamente o tema.

Você está curtindo a ópera Liyuan, popularizada nas províncias de Fujian e Guangdong, no Sudoeste da China. Com mais de 800 anos da história, ela é considerada como "fóssil vivo" entre óperas chinesas. Apesar disso, a ópera Liyuan está enfrentando, como muitas outras antigas formas artísticas, o perigo de extinção, em virtude da perda gradual de sua platéia. A diretora do grupo teatral de Fujian, Zeng Jingping, membro da APN, se empenhou nos últimos anos para chamar a atenção de governos na transmissão e divulgação da ópera Liyuan. Ela falou:

"Trabalhei durante cinco anos na proteção das culturas tradicionais. Do projeto sobre resgate das óperas tradicionais às sugestões concretas em relação à proteção dos patrimônios imateriais culturais, obtive progressos essenciais durante o trabalho".

A ópera Liyuan foi tombada em 2006 na lista de patrimônios imateriais nacionais. Na reunião anual deste ano, Zeng Jingping, trouxe o projeto sobre a elevação das remunerações dos artistas dedicados à ópera.

Long Yaohong, membro da APN, pertence à etnia Tong, Província de Guizhou. Professor do Instituto de Etnias de Guizhou, Long assume também a vice-presidência da Associação de Artistas Folclóricas de Guizhou. Para ele, a proteção sobre as tradições ou artes exige aplicação de leis específicas. Ele falou:  

"As leis voltadas à proteção das culturas étnicas devem elevar a consciência pública em relação aos patrimônios imateriais, além de colocar sua transmissão e divulgação numa órbita regular".

Projetos semelhantes prestaram grande atenção dos governos chineses. O país começou em 2005, o censo nacional sobre patrimônios imateriais culturais, coletando informações sobre sua variedade, quantidade e distribuição. No ano passado, o governo chinês estipulou o segundo sábado de junho como "Dia Nacional dos Patrimônios", a fim de elevar a consciência pública em relação à proteção do acervo cultural. O Ministério de Cultura iniciou há pouco tempo o censo nacional sobre livros antigos redigidos antes de 1912, com a finalidade de melhorar condições da sua preservação. A funcionária do Ministério de Cultura, Liu Xiaoqin, apresentou:  

"O governo central liberou verbas especiais na restauração dos livros antigos, melhoramento da sua condição de preservação e treinamento dos profissionais afins. Com isso, a Biblioteca Nacional terminou a restauração dos livros antigos de Dunhuang e Yongle".

Nanyin, música folclórica do Sul, se originou da cidade de Quanzhou, da província de Fujian. Uma das mais antigas espécies musicais no mundo, ela foi tombada no ano passado na lista de patrimônios culturais nacionais. O governo municipal de Quanzhou começou, a partir dos anos 80, a elaborar políticas e medidas referenciais e investiram US$ 3,9 milhões na proteção da arte. Estabeleceu Instituto de Pesquisa sobre Nanyin e contratou dez artistas do setor para coletar e catalogar peças existentes. As universidades locais oferecem também cursos livres para a aprendizagem de Nanyin. Para Gao Xiang, membro da APN, de Fujian, é indispensável a elaboração de leis especializadas à proteção dos patrimônios culturais. Para tanto, levantou, junto com outros 30 delegados, o projeto da Lei sobre Proteção dos Patrimônios Imateriais Culturais. Ela falou:  

"Nosso acervo cultural se reveste da grande vitalidade e não deve ser ignorado sob qualquer circunstância. Para mim, toda a população chinesa deve manter a vigilância sobre a proteção do acervo. A legislação afim é necessária".