A minha cabaia nova
Bai Juyi
O tecido de Guangxi branco como neve,
O cetim de Suzhou suave como nuvens,
A cabaia fofa, acolchoada com seda dos casulos.
Quente, aconchegado, do nascer ao pôr-do-sol,
A longa noite dormindo, envolto na cabaia,
Esqueço a invernia, meu corpo tépido como a Primavera.
Uma noite, de súbito, acordo a pensar,
Levanto-me, passo os dedos pela cabaia, caminho no quarto.
Deviam os homens dar valor à felicidade de todos,
Não ao bem-estar de uma só criatura.
Bom seria uma imensa cabaia cobrindo a terra,
Derramando calor por cinco mil léguas,
Guarida e agasalho para todos os homens,
Ninguém ao frio sob a abóbada celeste.
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