O imenso oceano
Imenso o oceano, sem limites, sem fundo,
Enormes as ondas, desfeitas em espuma.
Há quem fale em três montanhas sagradas
Habitadas por imortais, do outro lado do mar,
Onde cresce a erva da vida eterna.
Quem dela se alimenta sobe ao céu, torna-se imortal.
Qin Shihuang e Han Wudi acreditaram na lenda
E enviaram sacerdotes em busca das ilhas Penglai.
Viajaram para longe, mas as ilhas, inexistentes, ontem como hoje.
Imenso o oceano, indomáveis os ventos, os olhos cansados da procura.
Muitos partiram moços e voltaram velhos, outros jamais regressaram.
Nenhuma terra descoberta, o achamento de nenhuma ilha.
Xu Fu e Wen Cheng, venerandos bonzos taoistas,
Ludibriaram gerações de gerações inventando falsidades.
Os homens continuam a reverenciar o Deus do Universo,
A orar em vão ao Senhor Supremo, habitante do céu.
Em Lishan, um velho túmulo, outro em Maoling,
O vento varre a erva sobre as tumbas.
Laozi, o grande taoista, escreveu cinco mil palavras,
Jamais falou em imortais, em elixir da vida,
Em homens voando para o céu.
Qin Shihuang é o primeiro imperador da efémera dinastia Qin (221 a. C. a 206 a. C.). Unificou a China, até então dividida em reinos que lutavam entre si.
Han Wudi, que reinou de 141 a . C. a 87 a. C, é considerado o mais brilhante imperador da dinastia Han, uma espécie de César chinês.
Em Lishan e Maoling, ambas na província de Shannxi, localizam-se os túmulos de Qin Shihuang e de Han Wudi.
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